Datafolha: 47% aprovam revogação de visto americano de Moraes; 42% condenam

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Pesquisa Datafolha publicada nesta sexta-feira (1º) indica que 47% dos brasileiros aprovam a revogação do visto americano do ministro Alexandre de Moraes e de outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo governo de Donald Trump. Outros 42% condenam a iniciativa, diz o levantamento.

Veja os números:

* Concordam totalmente: 33%;
Concordam em parte: 14%;
Não concordam nem discordam: 1%;
Discordam em parte: 13%;
Discordam totalmente: 29%
Não sabem: 10%.

O mesmo estudo mostrou que 55% disseram aprovar as restrições ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que inclui o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas para evitar que ele deixasse o país, determinadas por Moraes e que motivaram a punição imposta por Trump.

Bolsonaro é réu no STF na tentativa de golpe de estado após a eleição de 2022.

O Datafolha ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos.

Segundo o instituto, usando seu formulário de questões foi elaborado, não estava estabelecida a próxima etapa da campanha de Trump contra Moraes, a inclusão do ministro nas sanções previstas pela Lei Magnitsky, punição divulgada na quarta-feira (30).

Como punição, todos os eventuais bens de Moraes nos EUA estão bloqueados, bem como qualquer empresa eventualmente ligada a ele. Cidadãos americanos também não podem fazer negócios com o ministro.

O visto americano de Moraes foi revogado em 18 de julho pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio.

"O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos", diz a postagem de Rubio na rede social X na ocasião.

Discurso de Moraes

Em discurso no STF, Moraes diz que há “explícita chantagem” por anistia

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta que a Corte não irá se "envergar a ameaças covardes e infrutíferas", e que pretende ignorar as sanções aplicadas contra ele pelo governo dos Estados Unidos.

"As ações prosseguirão. O rito processual do STF não se adiantará, não se atrasará. O rito processual do STF irá ignorar as sanções praticadas. Esse relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e continuar trabalhando, como vem fazendo, no plenário, na Primeira Turma, sempre de forma colegiada", disse Moraes.

E prosseguiu: "Esta Corte vem e continuará realizando sua missão constitucional. Em especial, neste segundo semestre, realizará os julgamentos e as conclusões dos quatro núcleos das importantes ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro".

Moraes fez o pronunciamento durante a cerimônia de abertura do semestre do Judiciário, após o recesso.

Esta é a primeira fala pública do ministro após ser incluído na lista de sancionados pela Lei Magnitsky, norma do governo dos EUA para punir estrangeiros.

"Acham que estão lidando com pessoas da laia deles. Acham que estão falando também com milicianos. Mas não estão, estão falando com ministros da Suprema Corte brasileira", disse Moraes.

Antes disso, o ministro agradeceu as palavras do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e do decano Gilmar Mendes em defesa dele — diante das sanções impostas pelos Estados Unidos.

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