Sorriso vive queda histórica na violência após anos marcados por guerra de facções

Anuário Brasileiro de Segurança Pública



 

 

 

DA REDAÇÃO

Após figurar entre as cidades mais violentas do país em anos anteriores, Sorriso (MT) começa a romper esse ciclo com uma expressiva queda nos índices de homicídios. É o que mostra o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 24 de julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em 2025, o município aparece na 13.ª posição, com uma taxa de 59,7 óbitos violentos a cada 100 mil habitantes — recuo importante em relação a 2024, quando ocupava o 4.º lugar no ranking.

 

Para o prefeito interino Acácio Ambrosini, os dados refletem a atuação firme das forças de segurança e o envolvimento da população. “Esses números mostram um alto índice de elucidação dos crimes. A população tem coragem de denunciar porque sabe que será ouvida e que a resposta virá”, afirma.

 

A queda drástica nos homicídios — de 42 registros nos primeiros seis meses de 2024 para apenas 10 no mesmo período de 2025 — é atribuída, principalmente, ao combate ao confronto entre facções criminosas, que dominava o cenário nos últimos dois anos.

 

Segundo o tenente-coronel Jorge Almeida, comandante do 12.º Batalhão da PM e secretário-executivo do GGI (Grupo de Gestão Integrada), a redução de 76,19% nos assassinatos marca um novo momento para a cidade. “A realidade de 2025 é muito diferente daquela que os dados do Anuário ainda mostram. Projetamos que Sorriso esteja fora desse ranking já no próximo ano”, destacou.

 

Além do combate ao crime organizado, Sorriso investe fortemente na proteção de públicos vulneráveis. Criada em 2022, a Rede Unificada de Proteção às Mulheres, Crianças, Idosos e Adolescentes tem feito atendimentos especializados, com escuta qualificada e acompanhamento das vítimas. A iniciativa foi fortalecida após a chacina que vitimou Cleci Calvi Cardoso e suas três filhas, crime que chocou o município em 2023.

 

“Criamos novos canais de denúncia e ampliamos o suporte psicológico. Muitos casos ocorrem em silêncio dentro de casa, por isso é vital mostrar que existe apoio”, disse Ana Paula Carvalho, da Secretaria da Mulher e da Família.

 

A Patrulha Maria da Penha da PM também atua em casos de violência doméstica, acompanhando mulheres com medidas protetivas e garantindo a efetividade dessas ordens judiciais.

 

Na área tecnológica, o município conta com mais de 550 câmeras em funcionamento, com reforço do programa Vigia Mais MT, monitoradas pelo Centro de Controle Operacional. Novas etapas do programa prometem ampliar esse número com câmeras de reconhecimento facial e monitoramento em comunidades.

 

“A segurança é responsabilidade do Estado, mas também é compromisso nosso. Trabalhamos juntos para proteger quem vive aqui e deixar para trás a imagem de cidade violenta”, finalizou o prefeito interino Ambrosini.

 

 

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