- Pela Redação
- 29/05/2023
G1
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem dito em conversas reservadas que não pretende disputar a Presidência da República em 2026.
Segundo interlocutores, ele demonstra forte convicção de que ficará fora da corrida presidencial diante de um cenário de fragmentação da direita.
A avaliação de Tarcísio é que a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na articulação das sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil contribuiu para dividir ainda mais o campo conservador.
Ele tem atribuído a essa movimentação a recuperação da aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que até junho enfrentava desgaste e queda de popularidade.
Toda a estratégia política de Tarcísio está concentrada em tentar a reeleição ao governo de São Paulo em 2026. Além da fragmentação da direita, ele tem levantado novos fatores que pesam em sua decisão, como o risco de depender do apoio da família Bolsonaro para viabilizar uma candidatura nacional.
Caso entrasse na disputa presidencial, o governador teria de deixar o cargo até abril de 2026, por exigência da legislação eleitoral. O cenário de incerteza sobre uma unidade da direita e a possibilidade de perder respaldo dos Bolsonaros pesaram para que Tarcísio manifestasse desânimo a aliados.
Segundo pessoas próximas, ele também tem ponderado a necessidade de dar segurança à própria família e evitar expô-la a um futuro político indefinido.
Conflito com Eduardo Bolsonaro
No auge do tarifaço, em julho, Tarcísio chegou a participar de uma reunião virtual com Eduardo Bolsonaro e o youtuber Paulo Figueiredo — aliado do deputado.
Na ocasião, alertou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil trariam consequências negativas para a direita, fortaleceriam Lula e, ao final, obrigariam Donald Trump a adotar uma solução pragmática diante da pressão do setor produtivo americano. Esse cenário acabou se confirmando.
Ainda assim, Eduardo Bolsonaro manteve ataques ao governador paulista e segue dizendo que será candidato ao Planalto em 2026, mesmo diante da possibilidade de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
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