Advogados já calculam pena de Bolsonaro em julgamento que pode pavimentar prisão

Julgamento no STF



O GLOBO

Enquanto aguardam a conclusão do julgamento de recebimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e outras seis pessoas, advogados de investigados da trama golpista já fazem reservadamente um cálculo do tamanho da pena que deve ser imposta pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente da República.

A conta dos advogados considera que, se os outros réus que desempenharam papel menor em toda a trama, como os condenados por depredar as sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro, tiveram penas entre 14 e 17 anos de prisão, não há como Bolsonaro não receber uma sentença consideravelmente maior.

“O papel de liderança em uma organização sempre agrava a pena”, diz o advogado de um dos denunciados pela PGR. “Bolsonaro não tem saída”, resume outro.

 

O ex-presidente e outras 33 pessoas são alvos da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por golpe de Estado, organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Esses crimes somam uma pena de 43 anos.

O cálculo feito reservadamente nos bastidores tem como referência o julgamento do Supremo Tribunal Federal, em setembro de 2023, do primeiro réu do 8 de Janeiro condenado pela Corte.

Na ocasião, o ex-técnico da Sabesp Aécio Lúcio Costa Pereira foi condenado a 17 anos de prisão por dano qualificado, deterioração de patrimônio público tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa.

Aécio foi flagrado dentro do Congresso em 8 de Janeiro usando uma camiseta com a inscrição “intervenção militar já”. Naquele dia, ele postou um vídeo sentado na Mesa Diretora do Senado no qual dizia “Vai dar certo, não vamos desanimar”.

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