- Pela Redação
- 29/05/2023
Entretê
Um vídeo que viralizou nas redes sociais nesta semana mostra Compadre Washington tendo um diálogo polêmico com uma fã. Durante show realizado em Belém, no dia 8 deste mês, o cantor convidou uma mulher trans para o palco e pediu para que ela dissesse como se chamava. "Ketlen", respondeu. Então, o artista comentou que gostaria de saber o nome de batismo da jovem. "Realeza Ketlen, a única do leque", replicou.
O líder da banda É o Tchan insistiu, mas dessa vez entonando uma voz feminina. "Amiga, fala a verdade para a tia, você foi batizada com que nome?". Ao escutar Ketlen novamente, ele rebate: "Mentira sua, mamãe não batizou você assim. Eu sou batizada como Washington de dia, e de noite sou Michele. Tá? Então fala a verdade, qual seu nome original?".
Desse modo, Ketlen informou o seu "nome morto" --nome civil ou outro nome anterior de uma pessoa transgênero ou não binária sem seu consentimento.
Na manhã desta quinta-feira, 20, Compadre Washington gravou um vídeo dizendo que tais "brincadeiras" não fazem mais parte do "mundo que vivemos agora". Ele também pediu desculpas à Ketlin e quem se ofendeu.
Em nota, a entidade Trans Empregos classificou o episódio como lamentável e relembrou que o Brasil segue como um dos países que mais mata pessoas trans no mundo e que muitas vezes essa violência não é somente física.
"O nome social é um direito e uma questão de dignidade. Ele representa a identidade real das pessoas trans e deve ser respeitado em todos os espaços. Negar esse direito ou ridicularizá-lo publicamente não é brincadeira, é violência", diz parte do comunicado da entidade.
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