Tarcísio de Freitas cancela ida à Brasília para articular PL da Anistia

"AMPLA E IRRESTRITA"



ISTOÉ

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cancelou sua viagem à Brasília nesta segunda-feira, 15, para articular o avanço do PL da Anistia na Câmara dos Deputados. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do governador, que não comentou o motivo do cancelamento.

Tarcísio iria para Brasília para encontros com lideranças do Centrão e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para pressionar o avanço do projeto que anistia a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas últimas semanas, o chefe do Palácio dos Bandeirantes se tornou o principal nome na articulação da proposta.

O projeto é defendido pelos bolsonaristas para livrar Bolsonaro da pena de 27 anos e três meses de prisão impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira, 11. O ex-presidente é acusado de liderar o grupo que articulou uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022.

Tarcísio tem defendido o texto negociado pela cúpula mais próxima de Jair Bolsonaro, que prevê uma anistia “ampla e irrestrita”. Com isso, além do perdão da pena imposta pelo STF, o ex-presidente ainda teria sua condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – condenado em dois processos por abuso de poder político e econômico – anistiada, podendo concorrer nas eleições de 2026.

O governador paulista tinha a missão de fazer coro com Motta para votar o projeto nesta semana no plenário da Casa. Lideranças pressionam o presidente da Câmara para avançar com a urgência e conseguir emplacar o tema no Senado antes mesmo do fim do ano. A proposta ainda não tem um relator escolhido, mas os indicativos apontam que um deputado do Centrão deverá assumir à frente do texto.

Tarcísio de Freitas também tentaria demover a resistência de Alcolumbre ao texto que beneficia Bolsonaro. O presidente do Senado já declarou que engavetará a medida caso ela chegue no Salão Azul e defende um projeto paralelo, sem Jair Bolsonaro, com redução das penas para condenados pelos ataques de 8 de janeiro. A proposta deve ser relatada por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente da Casa Alta.

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