- Pela Redação
- 29/05/2023
Terra
Os indícios do agravamento da crise climática são claros: 2024 foi o ano mais quente já registrado, com aumento médio global de 1,55ºC em relação ao período pré-industrial. No Brasil, as altas temperaturas também marcaram presença e ranquearam o verão 2024-2025 como o sexto mais quente em cerca de 60 anos, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A temperatura máxima mais alta chegou a 43,8 ºC, em fevereiro, no Rio Grande do Sul.
O verão começou em 21 de dezembro de 2024 e teve fim nesta quinta-feira, 20, com a vinda do outono. Ao Terra, o Inmet disponibilizou a listagem dos 10 dias mais quentes registrados nesse verão, cuja temperatura média chegou a 25,81ºC, 0,34ºC acima da média histórica (25,47ºC).
Nove entre as dez temperaturas máximas mais altas registradas nesse verão aconteceram neste ano – tendo sido 8 concentradas em fevereiro, e na mesma semana. Outro aspecto de destaque é que entre os dez registros, cinco são referentes ao Estado do Rio de Janeiro. Já o dia mais quente foi em Quaraí, no Rio Grande do Sul, em 4 de fevereiro, onde os termômetros chegaram a 43,8ºC.
Confira a listagem, organizada pelo Inmet:
1º - Quaraí (RS): 43,8ºC, em 04/02/2025;
2º - Salinópolis (PA): 43,2 ºC, em 22/12/2024;
3º - Niterói (RJ): 42,2ºC, em 17/02/2024;
4º - Porto Murtinho (MS): 42,1ºC, em 17/01/2025;
5º - Silva Jardim (RJ): 42ºC, em 17/02/2025;
6º - Rio de Janeiro-Marambaia (RJ): 41,3ºC, em 17/02/2025;
7º - Uruguaiana (RS), 41,3ºC, em 41,3ºC, em 11/02/2025;
8º - Campo Bom (RS), 41,3ºC, em 11/02/2025;
9º - Rio de Janeiro-Vila Militar (RJ), 41,2ºC, em 17/02/2025;
10º - Seropédica-Ecologia Agrícola (RJ), 41,1ºC, em 17/02/2025,
Em verões passados, as temperaturas mais altas já registradas foram em Bom Jesus do Piauí (PI), em 30 de janeiro de 2006, e em Orleans (RS), no dia 6 de janeiro de 1963. Em ambos os casos as máximas chegaram a 44,6ºC. O histórico em torno da questão começou a ser registrado em 1961.
Verões mais quente
Durante o verão, o Brasil estava sob a influência do La Niña, fenômeno que tende a reduzir a temperatura média global, esfriando as águas do Pacífico. Mesmo assim, a estação ficou entre as 10 mais quentes da série histórica do Inmet.
Em outros casos, de verões que foram ainda mais quentes, a influência era do El Niño, que provoca o aquecimento acima da média das águas do Pacífico e potencializa as temperaturas em várias regiões do planeta. Como foi o caso do verão que aconteceu entre o fim de 2023 e o começo de 2024 -- ou seja, tanto o verão do início de 2024, quanto o verão do fim do ano, geraram alertas.
Confira os verões mais quentes já registrados no Brasil, segundo o Inmet:
2023/2024: temperatura média observada de 26,20ºC;
2015/2016: temperatura média observada de 26,14ºC;
1997/1998: temperatura média observada de 26,07ºC;
2012/2013: temperatura média observada de 25,90ºC;
2009/2010: temperatura média observada de 25,83ºC;
2024/2025: temperatura média observada de 25,81ºC.
Outono começou, e o calor continua
O outono começou nesta quinta-feira, 20, mas boa parte do país não vai se despedir do calor com o fim do verão. Isso porque são esperadas temperaturas acima da média para a estação, que é caracterizada por apresentar meses com climas mais amenos.
Para março, abril e maio, os modelos climáticos indicam uma maior probabilidade da ocorrência de temperaturas acima da faixa normal esperada para a estação em em grande parte do país – principalmente para o Centro, Nordeste e Sul do país.
Em meio ao “calor fora de época”, em pontos do centro-sul do país, assim como em partes do leste do Nordeste, a previsão é de que as chuvas sejam abaixo da média.
O centro-oeste e o sudeste estão com probabilidade igual para chances de ocorrência de chuvas dentro, acima ou abaixo da faixa normal climatológica esperada para o outono. Mas há um alerta: para essas regiões está previsto que, até meados de abril, podem ocorrer episódios do fenômeno conhecido como Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que promove chuvas abundantes, de intensidade e persistência variadas – como pancadas de chuva localmente fortes, acompanhadas de descargas elétricas e rajadas de vento.
Já para o Norte, não há indicadores de que a temperatura fique acima da média. Em paralelo, essa é a região com a previsão de maior confiabilidade para probabilidade de chuvas acima da faixa normal.
Esses são destaques do boletim conjunto mais recente desenvolvido pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), divulgado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
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