- Pela Redação
- 29/05/2023
O Globo
Com a intensificação do movimento pela anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem feito movimentos interpretados por parte do Congresso e da própria Corte como uma tentativa de alcançar demonstrações de apoio. A articulação envolveu jantares com políticos, visita ao Parlamento e até decisões recentes que indicariam uma inflexão nas punições impostas aos envolvidos nos ataques.
Embora o magistrado tenha um histórico de bom trânsito político desde que assumiu a cadeira no STF, a percepção entre parlamentares e colegas de Corte, ouvidos em caráter reservado, é que ele intensificou esses contatos no momento em que a pressão de bolsonaristas se acentua. Relator das ações relacionadas a uma tentativa de golpe no país, Moraes se tornou o principal alvo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, que defendem a aprovação de um projeto no Congresso para perdoar as penas.
Há três semanas, por exemplo, o ministro abriu as portas de seu apartamento em Brasília para um jantar que reuniu a cúpula dos Três Poderes. Entre os presentes estavam os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), além do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Também foram convidados seus colegas do Supremo, integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal (PF).
O encontro foi organizado em homenagem ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de quem Moraes é próximo. Um dos participantes do jantar disse que, ao longo da noite, foi destacado o papel desempenhado pelo então presidente do Senado diante dos ataques golpistas. Durante o período em que comandou a Casa, Pacheco resistiu às ofensivas de bolsonaristas contra o ministro, inclusive arquivando um pedido de impeachment formulado pelo ex-chefe do Planalto.
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