- Pela Redação
- 29/05/2023
Redação
O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Ussiel Tavares, foi um dos alvos da quinta fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (13). Os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão em seu escritório, localizado na rua Joaquim Murtinho, no Centro de Cuiabá.
A operação também teve como alvo uma ex-secretária do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023 no bairro Bosque da Saúde, na capital. Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sendo seis em Mato Grosso — quatro em Cuiabá e dois em Primavera do Leste.
Além das buscas, a PF determinou o sequestro de bens e valores que somam cerca de R$ 20 milhões. Também foi imposta a proibição de os investigados deixarem o país, com a apreensão de seus passaportes.
De acordo com a Polícia Federal, a investigação identificou uma rede de lavagem de dinheiro criada para dissimular a origem ilícita de supostas propinas pagas para a compra de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A rede atuava para ocultar o vínculo entre os agentes corruptores e os servidores públicos corrompidos.
A OAB-MT informou, por meio de nota, que acompanhou a operação por intermédio do Tribunal de Defesa das Prerrogativas (TDP), com o objetivo de garantir os direitos e prerrogativas dos advogados. Em caso de eventual falta ética, o processo será analisado pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da instituição.
As investigações da Operação Sisamnes tiveram início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri. A PF identificou milhares de conversas com o lobista mato-grossense Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como peça-chave no esquema de venda de sentenças judiciais no Judiciário estadual e no STJ. Andreson foi preso na segunda fase da operação, em novembro de 2024. Desembargadores como Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho também foram alvos e seguem afastados.
Outro lado
Em nota, Ussiel Tavares afirmou que não teve acesso à decisão que motivou o mandado de busca e apreensão, mas garantiu estar à disposição das autoridades. “Estou absolutamente tranquilo, confiante na Justiça e certo de que a verdade prevalecerá. Como advogado e ex-presidente da OAB-MT, sempre pautei minha conduta pela legalidade, ética e transparência”, disse.
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