Lula adia indicação de Jorge Messias para o STF por receio de derrota no Senado

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resolveu adiar sua indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF) para ganhar tempo e aderência no apoio ao nome do ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. O petista deve se reunir com líderes do governo para medir a temperatura de votos e tentar articular o apoio maciço ao nome do AGU.

A expectativa era que Lula anunciasse sua indicação antes de sua viagem para a Ásia, mas mudou os planos após se reunir com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), afirmou ter intermediado o encontro a sós, que aconteceu na noite de segunda-feira, 20, no Palácio do Alvorada.

Alcolumbre pontuou que a decisão é do presidente da República, mas defendeu a solidez no nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente da Casa Alta. O nome de Pacheco é unanimidade entre os senadores e o governo poderia ter uma vitória mais tranquila na indicação.

Alcolumbre ressaltou que a indicação de Messias obrigaria o governo a articular e contar votos para emplacar a aprovação do nome no plenário do Senado. Internamente, a avaliação de senadores é que a oposição está mais organizada atualmente, o que poderia barrar a indicação. Com isso, o governo incluiria mais uma forte derrota para a sua coleção. Procurada, a assessoria do presidente do Senado informou que não comentaria sobre um encontro reservado entre o presidente do Congresso e o presidente da República.

Lula mantém o investimento em Messias mesmo com a resistência ao nome. Na avaliação da cúpula petista, o presidente acredita que o AGU é leal a ele e poderia ser mais um nome ao seu lado caso precise. Outro fator que coloca o ministro como favorito é o fato do presidente da República querer que Rodrigo Pacheco se lance ao governo de Minas Gerais em 2026, mesmo com a resistência do próprio senador. Ele vê em Pacheco a chance de emplacar um nome seu no Palácio Tiradentes, além de dar corpo à sua campanha à reeleição em terras mineiras.

Após o encontro, Lula prometeu se reunir com líderes quando retornar da Ásia para medir a temperatura sobre o nome de Messias. Até lá, os governistas devem mexer as peças das articulações para conseguir a aprovação do nome do AGU sem ameaças dele ser rejeitado tanto na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário. O petista também deve ter uma nova rodada de conversa com Pacheco antes de bater o martelo. O nome indicado substituirá Luís Roberto Barroso, que anunciou sua aposentadoria no começo do mês e deixou a Suprema Corte no fim da última semana.

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