O historiador Suelme Fernandes explica origem do falar cuiabano

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Márcio Eça do rufandobombonews 

No dia em que Cuiabá celebra seus 306 anos  de história, o professor e historiador Suelme Fernandes trouxe à tona uma das riquezas culturais mais marcantes da capital mato-grossense: o falar cuiabano. Segundo ele, o jeito único de falar dos cuiabanos não é exatamente uma nova língua, mas sim um dialeto — uma variação bastante característica da língua portuguesa.

 

“Existe uma língua cuiabana? Não, é o português, mas com uma variável tão grande que parece um dialeto”, explicou o historiador. Suelme destacou que há diversas teorias sobre a origem desse modo de falar. Uma das mais aceitas aponta para a influência castelhana, vinda do contato com povos da Bolívia e do Paraguai, especialmente após a Guerra do Paraguai, quando muitos paraguaios se estabeleceram em Cuiabá, em áreas como o antigo acampamento Couto Magalhães, às margens do rio Cuiabá.

 

Essa influência do espanhol teria causado algumas alterações no português falado na região, como a troca do “L” pelo “R” e outras variações fonéticas.

 

Outra teoria sugere uma origem indígena, ligada ao povo bororo, com quem os colonizadores portugueses mantinham contato direto. Há ainda quem defenda que o linguajar cuiabano remonta a regiões de Portugal, como Trás-os-Montes e Minho, onde o modo de falar dos camponeses mais tradicionais guarda semelhanças com o sotaque e as expressões cuiabanas.

 

Independentemente da origem exata, o que é certo, segundo o professor, é que esse jeito de falar é um traço forte da identidade cultural de Cuiabá. “É um dialeto local, resultado da mistura de influências indígenas, espanholas e portuguesas. Uma marca viva da nossa história”, conclui

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