Max Russi critica política fiscal e diz não ver “luz no fim do túnel” para contas públicas

Déficit fiscal de 31 bilhões



Redação do rufandobombonews 

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), fez duras críticas à condução da política fiscal nacional e demonstrou ceticismo em relação à recuperação do equilíbrio das contas públicas no Brasil. Em entrevista ao podcast da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), o parlamentar afirmou que o país enfrenta uma situação econômica alarmante, sem sinais concretos de disposição, por parte do governo federal ou do Congresso Nacional, para enfrentar o problema com seriedade.

 

“Hoje, sinceramente, não tem como ver uma luz no fim do túnel. A dívida pública segue em crescimento acelerado, e os juros elevados sufocam o setor produtivo, inviabilizam investimentos e atingem em cheio a indústria e o comércio”, afirmou Russi.

 

A análise do deputado ocorre em meio à divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 2º bimestre, que projeta um déficit fiscal de R$ 31 bilhões para 2025. Em resposta ao cenário, o governo federal anunciou um pacote de medidas, incluindo aumento de tributos sobre apostas eletrônicas, fintechs, criptoativos, além de mudanças na tributação de investimentos e nos juros sobre capital próprio.

 

No entanto, para Russi, a questão é mais profunda do que ajustes técnicos. “Não vejo interesse em cortar gastos nem por parte do Executivo, nem por parte do Legislativo. Falta vontade política para fazer o que precisa ser feito”, disse.

 

O parlamentar também comentou a crescente tensão entre os Poderes, ressaltando a recente aprovação, na Câmara dos Deputados, do regime de urgência para um Projeto de Decreto Legislativo que busca anular mudanças no IOF feitas por decreto presidencial.

 

Russi citou ainda uma fala do deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) como reflexo do impasse político e fiscal: “Ele disse algo com o que eu concordo: todo mundo quer resolver, mas ninguém aceita perder. Governo não quer cortar, deputado não quer mexer, setor produtivo não quer ceder. Vamos empurrando até não sobrar mais nada.”

 

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