Polícia Civil conclui primeira etapa de inquérito sobre assassinato do advogado Renato Nery

Execução do advogado



Redação 

A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu, na sexta-feira (9), a primeira etapa do inquérito que apura o assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho de 2024. A investigação, conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, resultou no indiciamento de dois envolvidos diretos na execução do crime: um policial militar e um caseiro que trabalhava em uma chácara em Várzea Grande.

 

Segundo a Polícia Civil, o crime foi encomendado por um casal residente em Primavera do Leste, identificado como mandante do homicídio. A motivação seria uma disputa por terras. Os dois tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça e foram detidos na última sexta-feira.

 

De acordo com o inquérito, o policial militar atuou como intermediário do crime, providenciando a arma usada no assassinato e repassando-a ao caseiro, responsável por efetuar os disparos contra a vítima. Renato Nery foi alvejado em frente ao próprio escritório, na avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, no dia 5 de julho. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

 

A investigação revelou que o crime foi premeditado. No dia anterior ao homicídio, o executor já havia simulado a ação no mesmo local e horário. Imagens de câmeras de segurança ajudaram a traçar o percurso da motocicleta usada na fuga até uma chácara em Várzea Grande, onde a moto e a arma foram localizadas dias depois.

 

Um segundo inquérito, também concluído pela DHPP, apurou um suposto confronto ocorrido sete dias após o crime, que envolveu quatro policiais militares. A investigação apontou que o armamento utilizado no homicídio foi plantado na cena do confronto, numa tentativa de simular uma troca de tiros e encobrir a autoria do assassinato. Os quatro militares foram indiciados por participação na tentativa de encobrir o crime, embora não haja, até o momento, indícios de envolvimento direto na execução.

 

O delegado Bruno Abreu, responsável pela investigação, explicou que as ações da polícia levaram os suspeitos a temerem a descoberta da arma, o que teria motivado a falsa ocorrência do confronto armado.

 

Um inquérito complementar foi instaurado para aprofundar pontos ainda pendentes, como o pagamento feito aos executores, a origem da arma utilizada no crime e a eventual participação de outros intermediários.

 

Renato Nery tinha 72 anos e era advogado atuante na capital. Seu assassinato mobilizou diversas forças da segurança pública e ganhou grande repercussão no meio jurídico de Mato Grosso.

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