Oliveira Andrade revela como tragédias favoreceram Ilze na Globo: “Ela deve a mim”

Entretê

Assim como o papa Francisco, a correspondente Ilze Scamparini esteve em evidência na mídia nos últimos dias. A ausência dela na cobertura da internação do pontífice chamou a atenção dos telespectadores da Globo. 

Então de férias no Brasil, a correspondente reassumiu seu posto em Roma na sexta-feira (21), quando apareceu no ‘Jornal Nacional’ atualizando informações sobre o estado de saúde do líder dos católicos.

O apelo popular pela volta de Ilze traz à memória uma entrevista do locutor esportivo Oliveira Andrade em que teceu críticas à colega de jornalismo. Foi no podcast Futeboteco, em 2024. 

Ele relembrou seu tempo como diretor na EPTV, afiliada da Globo em Campinas, interior paulista. “Foi um período que eu pude sentir o que a televisão faz com as pessoas”, disse. 

“É uma disputa, principalmente entre as mulheres”, afirmou, referindo-se às repórteres. “A Ilze Scamparini, que começou comigo, a Ilze era uma que brigava sempre pelas melhores pautas e tornava o ambiente sempre muito ruim, muito pesado.” 

Oliveira contou ter tomado uma atitude. “Chegou uma hora que eu não estava mais aguentando, liguei para o Rio, falei com o chefe de reportagem lá, que era meu amigo, ‘escuta, não quer puxar a Ilze aí por uns quinze dias, para fazer um estágio, dar uma aprimorada no trabalho dela?...’ Ele falou ‘tudo bem’, aí mandei ela para o Rio.” 

Segundo Oliveira, a ausência da jornalista “deu uma aliviada” na redação. “Era uma pressão. Todo dia, o chefe de reportagem vinha falar comigo. ‘Pô, não aguento mais, (a Ilze) reclama de tudo’.” A repórter retornou da sede carioca da Globo após duas semanas. 

O locutor lembra que, dias depois, naquele junho de 1984, aconteceram duas tragédias. Um avião com profissionais de TV (Globo, Manchete, Bandeirantes e TV Educativa) se chocou contra um morro na região de Macaé (RJ). Todos a bordo morreram. Entre as vítimas, o repórter da Globo Luiz Eduardo Lobo, o Lobinho. 

Para cobrir o desastre, o canal enviou uma equipe ao local. Na estrada, outra fatalidade: o carro de reportagem derrapou e colidiu com uma árvore, tirando a vida do repórter Samuel Wainer Filho, o Samuca, e do cinegrafista Felipe Ruiz. 

“Aí deu um desfalque, de repente, no jornalismo lá no Rio, e aí me ligaram, ‘pô, manda a Ilze pra cá, para tapar o buraco’. Falei ‘pô, que ótimo’. Aí ela foi para o Rio... Por conta disso, fez um bom relacionamento lá com as pessoas”, rememorou Oliveira. 

“Quando ela voltou (para a EPTV de Campinas), passou um tempo, ela foi demitida porque não dava para aguentar mais. Ela passou a mão no telefone, ‘pô, me demitiram aqui’, ‘vem pra cá’.” 

Ilze foi contratada pela Globo do Rio. “Ela deve isso a mim. Ela deve a carreira brilhante dela, porque hoje ela é correspondente na Europa, faz um bom trabalho, é muito querida lá. Não tenho nada contra, não”, finalizou Oliveira Andrade.

Ilze Scamparini e Oliveira Andrade trabalharam juntos em afiliada da Globo em Campinas (SP) | Foto: Reprodução

A jornalista vive em Roma desde 1999. Especializou-se nos assuntos do Vaticano. O locutor trabalha no canal BandSports. Antes, além da Globo, passou por Record, Jovem Pan, Band e Conmebol TV. 

O espaço da coluna está aberto à manifestação dos citados no texto. 

(Nota do colunista: no vídeo do podcast, reproduzido abaixo, Oliveira Andrade se confunde com detalhes dos acidentes, sem prejuízo à narração do fato com Ilze Scamparini.)