- Pela Redação
- 29/05/2023
Infomoney
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) reagiu nesta quinta-feira (15) à sua condenação a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que ‘não sobreviveria na cadeia’. Em um pronunciamento à imprensa, Zambelli negou as acusações e criticou o julgamento da Primeira Turma do STF, que a considerou culpada de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica.
Zambelli, que também foi condenada à perda do mandato, afirmou que ainda pretende recorrer da decisão. “Se acontecer de ter a prisão, vou me apresentar. Mas eu não me vejo capaz de ser cuidada da maneira como eu devo ser cuidada”, declarou, mencionando que sofre de depressão e outros problemas de saúde. Durante a entrevista, um assessor entregou a ela uma caixa com medicamentos, que a deputada exibiu e tomou diante das câmeras.
Acusações e defesa
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli teria planejado e comandado a invasão ao sistema do CNJ com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto, que também foi condenado pelo STF. O esquema envolveu a emissão de alvarás de soltura falsos e a inclusão de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
Zambelli negou as acusações e afirmou que não arriscaria seu mandato com uma ‘brincadeira sem graça’. Ela também declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não tem qualquer ligação com o caso, rebatendo insinuações de que o ex-presidente teria prometido um emprego ao hacker.
“A própria Polícia Federal o nomeia como um mitômano. A gente percebe que há versões que dizem que eu daria um emprego para ele e outras que afirmam que foi o [ex-]presidente quem daria o emprego. Jair Messias Bolsonaro não tem nenhuma relação com esse caso”, afirmou Zambelli.
Zambelli criticou o resultado e afirmou que recorrerá da decisão. Ela cobrou apoio da Câmara dos Deputados, que, segundo ela, deveria se posicionar em sua defesa. ‘Se acontecer de eu perder o mandato, a Câmara precisa dar a palavra final’, declarou.
A defesa da deputada nega as acusações e alega que ela é vítima de perseguição política.
O caso Delgatti
O inquérito da Polícia Federal (PF) revelou que Delgatti utilizou credenciais de funcionários do CNJ para acessar o sistema em 4 de janeiro de 2023, incluindo três alvarás de soltura falsos. Ele também teria inserido um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes, acusando o ministro de ‘organização criminosa’.
Em depoimento à PF, Delgatti confessou a invasão e a falsificação dos documentos, alegando ter agido a pedido de pessoas ligadas ao bolsonarismo. Transações financeiras identificadas pela PF apontam que pessoas próximas a Zambelli teriam repassado R$ 13,5 mil ao hacker, o que, segundo a PGR, configura pagamento pelos serviços prestados.
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