- Pela Redação
- 29/05/2023
Metrópoles
Para o presidente dos EUA, Donald Trump, o Brics continua sendo “uma pedra no sapato”. No pacote de tarifas que entrou em vigor recentemente, as alíquotas mais pesadas, de 50%, miraram justamente Brasil e Índia — duas das principais potências do bloco. A medida inaugura novo capítulo na disputa comercial e geopolítica entre Washington e a aliança formada por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e países parceiros.
Nesse sábado (9/8), o presidente russo, Vladimir Putin, ligou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o objetivo de falar da guerra na Ucrânia e também do Brics. O telefonema faz parte de uma série de contatos que o líder russo tem feito nos últimos dias – desde que expirou o prazo dado por Trump para que ele colocasse em vigor trégua no conflito, na sexta-feira (8/8).
Putin já telefonou para o líder chinês, Xi Jinping, e para o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, a fim de relatar a conversa que manteve com o enviado norte-americano sobre a guerra e antecipar detalhes do encontro que terá com o presidente Trump na próxima semana, no Alasca.
O Kremlin não confirmou se as conversas com os líderes abordaram o impacto do tarifaço imposto pelos EUA, que atingiu com mais força o Brics. Ainda assim, é difícil descartar que o tema tenha ficado fora do diálogo.
Mais do que um gesto econômico, especialistas ouvidos pelo Metrópoles veem na ofensiva de Trump uma estratégia para frear um grupo que, se agir de forma coordenada, pode desafiar a influência norte-americana no comércio global.
O especialista em tributação internacional Angelo Paschoini avalia que a motivação de Trump é inequívoca.
“Ele quer manter a soberania dos Estados Unidos como maior potência mundial. Mas, se houver um acordo forte no Brics para criar um mercado livre entre Brasil, Índia, China e Rússia, você teria uma supereconomia. Isso incomoda quem quer manter a liderança no cenário global.”
Para ele, o republicano aciona todas as “armas disponíveis” — tarifas, barreiras econômicas e medidas políticas — para enfraquecer o bloco.
0 Comentários
Faça um comentário