Posses de Donald Trump e Elon Musk geram apreensão em aliados do governo Lula

RELAÇÃO AMEAÇADA?



Metrópoles

Integrantes do primeiro escalão de Lula temem que o bilionário Elon Musk, que agora passa a despachar na Casa Branca com Donald Trump, atue contra o governo brasileiro. Os primeiros gestos do novo mandatário dos Estados Unidos são vistos pelo Palácio do Planalto como cruciais para entender como se dará a nova dinâmica com um dos principais parceiros comerciais do Brasil.

Externado por ministros em conversas reservadas, o temor é que Musk articule retaliação por conta de ações do governo Lula que miraram a rede social X [antigo Twitter], de propriedade de Elon Musk. Sob Lula, a Advocacia-Geral da União denunciou haver um “ataque coordenado pela extrema-direita transnacional contra a democracia brasileira”.

A denúncia foi protocolada na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em abril de 2024, em meio a embates públicos de Musk com o ministro Alexandre de Moraes (STF). Em ação no Supremo, a AGU também tem defendido a regulamentação das redes sociais.

“Não podemos conviver em uma sociedade em que bilionários com domicílio no exterior tenham controle de redes sociais e se coloquem em condições de violar o Estado de Direito, descumprindo ordens judiciais e ameaçando nossas autoridades”, afirmou na ocasião o ministro da AGU, Jorge Messias. Durante um evento do G20, a primeira-dama, Janja, chegou a direcionar no microfone um xingamento a Elon Musk.

Postura institucional

Por outro lado, a cúpula da Advocacia-Geral da União avalia que, uma vez empossado, Elon Musk pode optar por outro caminho e recuar no enfrentamento. Esses aliados de Lula acreditam que, antes, o empresário se portava como dono de uma grande rede social e que, agora, terá de adotar uma postura institucional à frente de um departamento de Estado. Segundo interlocutores, o presidente brasileiro tem demonstrado disposição em manter um diálogo cordial com o governo Trump.

A posse nos Estados Unidos também foi tema de conversas internas no Supremo Tribunal Federal. À coluna, o decano do STF, ministro Gilmar Mendes, disse não acreditar que Donald Trump e Elon Musk busquem atritos com Alexandre de Moraes ou com o Supremo em geral:

“Nenhum temor, ninguém acredita nisto. As relações institucionais se fazem de maneira normal, tranquila. Estive recentemente na embaixada americana. Lá a embaixadora falava dos 200 anos de relações que o Brasil mantém com os Estados Unidos. Passamos pelos mais diversos governos ao longo desses anos. É uma relação muito marcante. A presença do capital americano no Brasil e a cooperação que existe também. Nós temos empresas grandes nos Estados Unidos”.

O magistrado prosseguiu: “Não vejo nenhuma possibilidade de retaliação. O que houve naquele episódio tem de alguma forma se repetido mundo afora, que é a falta de parâmetros. Essas entidades estão em algum lugar no mundo, pode até ser um nowhere [em lugar algum], e não respondem ao Estado territorial. Já houve problemas na Austrália, nos próprios Estados Unidos, já houve problema na Inglaterra. É uma questão delicada. Elas [as plataformas] são naturalmente transnacionais”, avaliou Gilmar Mendes.

“Nenhum temor, ninguém acredita nisto. As relações institucionais se fazem de maneira normal, tranquila. Estive recentemente na embaixada americana. Lá a embaixadora falava dos 200 anos de relações que o Brasil mantém com os Estados Unidos. Passamos pelos mais diversos governos ao longo desses anos. É uma relação muito marcante. A presença do capital americano no Brasil e a cooperação que existe também. Nós temos empresas grandes nos Estados Unidos”.

O magistrado prosseguiu: “Não vejo nenhuma possibilidade de retaliação. O que houve naquele episódio tem de alguma forma se repetido mundo afora, que é a falta de parâmetros. Essas entidades estão em algum lugar no mundo, pode até ser um nowhere [em lugar algum], e não respondem ao Estado territorial. Já houve problemas na Austrália, nos próprios Estados Unidos, já houve problema na Inglaterra. É uma questão delicada. Elas [as plataformas] são naturalmente transnacionais”, avaliou Gilmar Mendes.

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