PL diminui candidaturas no Nordeste, e PT aumenta no Centro-Oeste e no Sul

DE OLHO EM 2026



g1

O Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, aumentou as candidaturas de prefeito e vereador em 4 das 5 regiões do país nas eleições de 2024.

A exceção é o Nordeste — a única em que, em 2022, Bolsonaro perdeu para Lula em todos os estados. Já no Centro-Oeste, onde o ex-presidente ganhou em todos, o PL dobrou o número de candidaturas nas eleições municipais.

PT, por sua vez, decidiu reduzir as candidaturas onde ganhou em todos os estados (Nordeste) e aumentar onde perdeu em todos (Centro-Oeste e Sul).

É o que mostra um levantamento do g1 nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os números de candidaturas lançadas pelos partidos em 2020 e em 2024 — ano em que, em razão de reformas políticas recentes, o país terá o menor número de candidaturas em 16 anos (entenda aqui).

MDB em 2020 e 2024

Em 2020, o MDB seguiu como o partido que mais elegeu prefeitos no Brasil, mas encolheu: foi de 1.044 para 784. Em 2024, a legenda reduziu em 3% o número de candidaturas, especialmente no Norte (-23%) e em cidades com mais de 50 mil habitantes (em linha com o que fizeram cerca de metade dos partidos).

PP em 2020 e 2024

Partido que elegeu o 2º maior número de prefeitos em 2020, o PP aumentou em 2% as candidaturas em 2024, na contramão do que farão 18 dos 29 partidos que disputam a eleição de 2024. Assim como o PL, porém, reduziu as candidaturas no Nordeste (-18%) e turbinou as do Sudeste (23%). É, também, uma das 7 legendas a aumentar as candidaturas em municípios com 100 mil a 500 mil habitantes.

PSD em 2020 e 2024

Assim como o PP, o PSD aumentou as candidaturas na região Sudeste (9,4%), puxadas pelo aumento de 17% no estado de São Paulo. Em 2020, o PSD quintuplicou o número de cidades governadas no estado, alcançando 329 municípios, o que explica a concentração de suas candidaturas em São Paulo. No país, o partido enxugou as candidaturas em cidades com mais de 10 mil habitantes, e aumentou nas menores que isso.

União Brasil em 2020 e 2024

União Brasil, resultado da fusão de DEM e PSL, cortou em mais de 1/3 o número de candidaturas em relação ao que esses dois partidos lançaram em 2020. O recuo é mais acentuado no Sudeste (-46%) e no Centro-Oeste (-38%), e nas cidades com mais de 500 mil habitantes (-63%).

PL em 2020 e 2024

PL aumentou as candidaturas em todas as regiões, exceto o Nordeste. O maior aumento foi no Centro-Oeste, 108%. "O PL ampliou sua presença em regiões onde o agronegócio é mais forte, parte importante do eleitorado do partido", afirma Maria do Socorro Sousa Braga, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Republicanos em 2020 e 2024

Assim como o PL, o Republicanos aumentou as candidaturas em todas as regiões, exceto no Nordeste, e com detaque para o Centro-Oeste (+40%). Além disso, houve um crescimento em cidades com até 50 mil habitantes. "É um partido voltado para alianças, mas que está buscando ampliar sua governabilidade no país", afirma Marco Antônio Carvalho Teixeira, coordenador do mestrado em Gestão e Políticas Públicas da FGV EAESP.

PT em 2020 e 2024

PT reduziu em 7% o número de candidaturas para todos os cargos nas eleições deste ano. Especialistas apontam que essa decisão faz parte de uma estratégia política de alianças locais, com o partido optando por apoiar candidatos com maiores chances de vitória.

"Prefeitos são importantes cabos eleitorais para deputados federais. E é preferível para o PT, que já ocupa o maior cargo do país, conquistar também mais cadeiras legislativas", analisa Marco Antônio Carvalho Teixeira. Além disso, o partido aumentou o número de candidatos em cidades com até 20 mil habitantes, e reduziu nas maiores.

PSB em 2020 e 2024

PSB diminuiu em 3% as candidaturas, mas aumentou no Sudeste e no Nordeste. Um dos estados com aumento é o Ceará, onde o partido passou a abrir o senador Cid Gomes (antes PDT) e mais de 40 prefeitos que seguiam a liderança. A sigla também aumentou as candidaturas em cidades de 5 a 10 mil habitantes (como fizeram outros 12 partidos).

PODEMOS em 2020 e 2024

Podemos viu uma redução de 39% nas candidaturas em todo o país. A queda foi mais acentuada no Norte, onde as candidaturas diminuíram 56,9%, seguido pelo Centro-Oeste com uma redução de 52,1%. O Amazonas registrou a maior queda, com uma redução de 70,64% no número de candidatos. O partido reduziu candidaturas em municípios de todos os tamanhos.

PDT em 2020 e 2024

PDT registrou uma queda de 21% no número de candidaturas no país, com reduções em municípios de todos os portes, especialmente nas regiões Centro-Oeste (-42%) e Nordeste (-36%), esta última historicamente um reduto eleitoral do partido. No Ceará, o número de candidaturas caiu 61%.

"Com a perda de parte da família Gomes, o partido vem perdendo força não só no Ceará, onde sempre foi muito forte, mas também em outras regiões", observa Teixeira.

PSDB em 2020 e 2024

PSDB reduziu o número de candidaturas em 35%, refletindo uma queda na região Sudeste, onde as candidaturas caíram quase pela metade. Após a primeira derrota do partido na disputa pelo governo de São Paulo em quase três décadas em 2022, as candidaturas no estado caíram 61%.

PRD em 2020 e 2024

Resultado da fusão entre PTB e Patriota, o PRD lançou 56% menos candidaturas que as legendas que lhe deram origem. Houve queda em todas as regiões e, principalmente, nas cidades com mais de 600 mil habitantes (-64%).

AVANTE em 2020 e 2024

Avante registrou um aumento de 7% no número de candidaturas no país, principalmente nas regiões Nordeste e Sul. Na Bahia, o crescimento foi de 137% de candidaturas. O partido teve aumento de candidaturas em cidades até 100 mil habitantes, mas reduziu nas com população acima disso.

SOLIDARIEDADE

Solidariedade teve uma redução de quase metade das candidaturas neste ano em comparação a 2020. As quedas ocorreram em todas as regiões e em cidades de todos os portes.

NOVO em 2020 e 2024

Em contraste com outros partidos, o Novo teve um aumento de 1.114% no número de candidaturas. Esta é a primeira eleição em que a sigla decidiu utilizar recursos do Fundo Eleitoral. O partido apresentou crescimento em todas as regiões e em municípios de todos os portes. Veja mais detalhes sobre essa mudança de estratégia aqui.

AGIR em 2020 e 2024

Agir aumentou as suas candidaturas em 6%, reduzindo no Nordeste e no Sul. Em relação aos municípios, a maior queda é nas cidades com mais de 500 mil habitantes (-24%) e o aumento, entre as que tem até 5 mil habitantes (78%).

DC em 2020 e 2024

DC foi um dos poucos partidos a aumentar o número de candidatos em relação a 2020 (+45%). O crescimento é maior no Centro-Oeste (+43,6%) e nas menores cidades, com destaque nas que têm até 5 mil (+173%).

MOBILIZA em 2020 e 2024

Mobiliza registrou um aumento de 29% no número de candidaturas neste ano, sobretudo no Sudeste (+63,5%) e nas cidades com até 5 mil habitantes (+188%).

CIDADANIA em 2020 e 2024

Cidadania teve redução de 72% nas candidaturas em todo o país, queda que está relacionada à entrada na federação com o PSDB. O recuo acontece em todas as regiões, em especial no Centro-Oeste (85%) e, na contramão da maioria dos partidos, nas cidades com até 5 mil habitantes.

PV em 2020 e 2024

Parte da Federação Brasil da Esperança, o PV reduziu em mais de 62% suas candidaturas em 2024. O partido apresentou quedas maiores que 40% em todas as regiões do país e em cidades de todos os tamanhos.

REDE em 2020 e 2024

Rede, que formou federação com o PSOL, registrou uma queda de 10% no número de candidaturas, com a maior redução no Nordeste (-25%) e um aumento no Norte (+28%). O partido optou por expandir sua presença em cidades com até 50 mil habitantes, enquanto reduziu o número de candidaturas em municípios com população acima desse número.

PRTB em 2020 e 2024

PRTB sofreu uma queda de 47% no número de candidaturas entre 2020 e 2024. As reduções mais significativas ocorreram nas regiões Norte e Centro-Oeste, com quedas de 59,5% e 57,1%, respectivamente. A sigla também apresentou queda em todos os tamanhos de municípios brasileiros.

PMB em 2020 e 2024

PMB apresentou um aumento total de 42% no número de candidaturas. Os maiores destaques foram nas regiões Sul, com uma expansão de 367,2%, e Nordeste, com um crescimento de 66,5%. O partido reduziu o número de candidaturas em cidades menores, com até 5 mil habitantes, e em grandes centros urbanos, com mais de 500 mil habitantes. Entre 5 mil e 500 mil, aumentou.

PSOL em 2020 e 2024

PSOL registrou uma redução de 18% no total de candidaturas, com quedas mais acentuadas no Norte (-31%) e no Nordeste (-25,3%) — regiões nas quais o partido Rede, com quem se juntou em federação, aumentou. A sigla apresentou redução em todos os tamanhos de cidades, com exceção daquelas com população entre 10 mil e 20 mil habitantes, onde manteve quase o mesmo número de candidaturas.

PCdoB em 2020 e 2024

Também integrante da federação com o PT e o PV, o PCdoB teve redução de 71% nas candidaturas em 2024. Os recuos foram superiores a 65% em todas as regiões do país. Houve queda, também, em todos os municípios brasileiros.

PCO em 2020 e 2024

PCO teve um aumento de 20% no número de candidaturas no país, com crescimento registrado nas regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste. O partido não apresentou candidatos nos estados do Amazonas, Maranhão, Rondônia e Tocantins. Não há candidaturas em cidades com até 5 mil habitantes, nem em municípios com população entre 10 mil e 20 mil.

PSTU em 2020 e 2024

PSTU registrou uma redução de 24% no número de candidaturas em todo o país, com a maior queda ocorrendo no Sudeste (-52,4%). O partido apresentou reduções em municípios com mais de 20 mil habitantes, mantendo o mesmo número de candidatos em cidades com população entre 10 mil e 20 mil. Em cidades de até 10 mil habitantes, o partido não registrou candidaturas para nenhum cargo.

UP em 2020 e 2024

UP reduziu o total de candidaturas em 18%, com aumento apenas na região Norte, onde dobrou o número de postulantes.

PCB em 2020 e 2024

PCB registrou uma queda de 55% no número de candidaturas, com as reduções mais expressivas no Centro-Oeste e no Norte do país. O partido não lançou candidatos em municípios com menos de 50 mil habitantes, mas apresentou crescimento em cidades com população entre 50 mil e 100 mil.

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