- Pela Redação
- 29/05/2023
g1
Em seu depoimento de delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid revelou que as motociatas promovidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante seu mandato eram financiadas com recursos públicos, por meio do cartão corporativo da Presidência da República.
O cartão existe para bancar gastos do presidente. Em seu mandato, Bolsonaro realizou motociatas que funcionavam como eventos políticos, no qual ele reunia apoiadores.
Segundo Cid, a logística envolvia gastos com a compra de motos para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), transporte dos veículos para os eventos, além de hospedagem e alimentação da equipe de segurança que acompanhava o então presidente.
“A partir do momento que o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu andar de moto, o GSI teve de comprar motos similares para poder acompanhá-lo. Em algumas ocasiões, foi necessário embarcar as motos para que chegassem ao local do evento", declarou Cid.
Bolsonaro participou de motociata em Poços de Caldas (MG) em setembro de 2022. — Foto: Marcos Corrêa
Ele afirmou acreditar que os custos das motos e do transporte eram pagos com o cartão corporativo, assim como os gastos com hospedagem e alimentação dos servidores responsáveis pela segurança do presidente durante as motociatas.
"O colaborador acredita que os gastos com as motos e seu transporte eram pagas, também, com o cartão corporativo; QUE os gastos de hospedagem e alimentação dos servidores que faziam a segurança do presidente nas 'motociatas' eram arcadas com o uso do cartão corporativo; QUE o COLABORADOR acredita que em todas aparições públicas do presidente, seja em "motociatas" ou outros eventos, os gastos operacionais de hospedagem, alimentação e segurança eram gastos, salvo engano, com o cartão corporativo do GSI", afirma a delação.
Além dos eventos com motociclistas, o delator mencionou que os custos operacionais de todas as aparições públicas de Bolsonaro eram arcados pelo cartão corporativo do GSI, incluindo despesas logísticas para deslocamentos em todo o país.
A revelação reforça as suspeitas sobre o uso de dinheiro público para financiar eventos políticos e de campanha do ex-presidente, uma prática que pode configurar desvio de recursos e improbidade administrativa.
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