Celso Amorim diz não concordar com PT sobre as eleições na Venezuela

Eleições na Venezuela



G1 MT 

assessor especial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim, questionado sobre a nota do partido do presidente, que reconheceu a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela, disse nesta quarta-feira (7) que "não pensa daquela maneira".

"Eu pessoalmente não penso daquela maneira, exatamente. Talvez o ângulo pelo qual você vê, quando você representa ou quando você está num Estado é diferente do ângulo que você vê quando você está em um partido político."
Em entrevista ao Estúdio i, Amorim também disse que "não está preocupado" com a nota divulgada pelo PT. "É [uma nota] do partido do presidente, mas ele governa o país. Então, ele tem que levar em conta outros fatores além da opinião do partido. Nós não vivemos em um regime de partido único, felizmente. Vivemos em um regime plural. É normal saber que tem pessoas que pensem assim e é uma corrente política importante no Brasil."

O assessor especial de Lula para assuntos internacionais Amorim também comentou o momento que vive o país vizinho. "Temos que encontrar uma solução para isso. Acho, pessoalmente, pelo nível de divisão que eu vejo e existe na Venezuela, será necessária algum tipo de conversa de mediação.

O assessor especial de Lula viajou à Venezuela para acompanhar o processo eleitoral no país no dia 28 de julho. Logo após o pleito, ele reforçou o pedido do governo brasileiro para a Venezuela publicar integralmente as atas da eleição presidencial, uma espécie de boletim das urnas.

O Brasil se posicionou ao lado de México e Colômbia, que divulgaram uma nota conjunta na quinta-feira (1º), pedindo a divulgação de atas eleitorais na Venezuela. A nota pede também a solução do impasse eleitoral no país pelas "vias institucionais" e que a soberania popular seja respeitada com "apuração imparcial".

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Maduro foi reeleito com 51,95% dos votos, enquanto seu opositor, Edmundo González, recebeu 43,18%. A oposição e a comunidade internacional contestam o resultado divulgado pelo órgão eleitoral e pedem a divulgação das atas eleitorais. Segundo contagem paralela da oposição, González venceu Maduro com 67% dos votos, contra 30% de Maduro.

Com base nessas contagens, Estados Unidos, Panamá, Costa Rica, Peru, Argentina e Uruguai declararam que o candidato da oposição venceu Maduro.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) também não reconheceu o resultado das eleições presidenciais. Em relatório feito por observadores que acompanharam o pleito, a OEA diz haver indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado.

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