- Pela Redação
- 29/05/2023
G1 MT
assessor especial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim, questionado sobre a nota do partido do presidente, que reconheceu a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela, disse nesta quarta-feira (7) que "não pensa daquela maneira".
"Eu pessoalmente não penso daquela maneira, exatamente. Talvez o ângulo pelo qual você vê, quando você representa ou quando você está num Estado é diferente do ângulo que você vê quando você está em um partido político."
Em entrevista ao Estúdio i, Amorim também disse que "não está preocupado" com a nota divulgada pelo PT. "É [uma nota] do partido do presidente, mas ele governa o país. Então, ele tem que levar em conta outros fatores além da opinião do partido. Nós não vivemos em um regime de partido único, felizmente. Vivemos em um regime plural. É normal saber que tem pessoas que pensem assim e é uma corrente política importante no Brasil."
O assessor especial de Lula para assuntos internacionais Amorim também comentou o momento que vive o país vizinho. "Temos que encontrar uma solução para isso. Acho, pessoalmente, pelo nível de divisão que eu vejo e existe na Venezuela, será necessária algum tipo de conversa de mediação.
O assessor especial de Lula viajou à Venezuela para acompanhar o processo eleitoral no país no dia 28 de julho. Logo após o pleito, ele reforçou o pedido do governo brasileiro para a Venezuela publicar integralmente as atas da eleição presidencial, uma espécie de boletim das urnas.
O Brasil se posicionou ao lado de México e Colômbia, que divulgaram uma nota conjunta na quinta-feira (1º), pedindo a divulgação de atas eleitorais na Venezuela. A nota pede também a solução do impasse eleitoral no país pelas "vias institucionais" e que a soberania popular seja respeitada com "apuração imparcial".
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Maduro foi reeleito com 51,95% dos votos, enquanto seu opositor, Edmundo González, recebeu 43,18%. A oposição e a comunidade internacional contestam o resultado divulgado pelo órgão eleitoral e pedem a divulgação das atas eleitorais. Segundo contagem paralela da oposição, González venceu Maduro com 67% dos votos, contra 30% de Maduro.
Com base nessas contagens, Estados Unidos, Panamá, Costa Rica, Peru, Argentina e Uruguai declararam que o candidato da oposição venceu Maduro.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também não reconheceu o resultado das eleições presidenciais. Em relatório feito por observadores que acompanharam o pleito, a OEA diz haver indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado.
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