Boulos defende MTST e diz que vai rever contratos sem ser “vingador”

SABATINA DO METRÓPOLES



Metrópoles

O candidato à Prefeitura da capital pelo PSol, Guilherme Boulos, defende, em sabatina promovida pelo Metrópoles, as ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que resultaram em invasões de prédios no passado, exploradas contra ele por adversários na campanha, e diz que fará um pente-fino em contratos com indícios de infiltração do crime organizado, como o dos ônibus, sem agir como “vingador”.

“Eu não estou dizendo aqui que eu vou chutar o balde. O papel de prefeito não é ser vingador. O papel de prefeito é governar para melhorar a vida das pessoas. Agora, o papel de um prefeito sério, correto, não é permitir sacanagem com os negócios públicos, não é permitir infiltração do crime organizado com os negócios públicos”, afirma Boulos, ao ser questionado sobre as denúncias envolvendo a atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) em empresas que operam linhas de ônibus na capital.

O candidato do PSol promete, caso seja eleito, acabar no dia 1º de janeiro com a fase de transição criada pela gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) para substituir a fórmula de repasse de dinheiro da Prefeitura para as empresas de ônibus que hoje é feita por passageiro transportado para número de viagens realizadas. Segundo ele, essa mudança vai reduzir a “reduzir a superlotação de ônibus em São Paulo”.

“Não farei como o cara que vai chegar e tirar todo mundo e romper contrato porque não é assim e a vida não funciona desse jeito. Você tem o Judiciário, você tem o Ministério Público, você tem a Câmara Municipal. Você tem que saber [disso]. Agora, aceitar a bandalheira que virou a entrada do crime organizado no sistema de transporte em São Paulo, os contratos?”, diz Boulos.

Boulos foi o quarto a participar da série de sabatinas do Metrópoles com os cinco candidatos à Prefeitura de São Paulo mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Além de Boulos, Ricardo Nunes (MDB), José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB) já participaram. A entrevista com Pablo Marçal (PRTB) está marcada para a próxima semana. As sabatinas vão ao ar entre os dias 10 e 25 deste mês. O primeiro turno ocorre no dia 6 de outubro.

Na sabatina, o candidato do PSol também defende as ações do MTST, grupo que liderou antes de entrar na política, ao ser questionado sobre os ataques que tem recebido dos adversários por causa das invasões feitas pelo movimento a prédios do Ministério da Fazenda, em 2015, em protesto contra cortes nos recursos destinados a programas sociais, e à sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, em 2016.

“Eu tenho orgulho da minha trajetória no MTST. Eu acho que quem tem que se arrepender e ter vergonha do que fez no verão passado é quem desviou dinheiro de creche, é quem tem relação escusa com crime organizado, é quem tem uma trajetória cheia de suspeitas. Eu quero comparar biografias”, afirma Boulos.

O candidato do PSol também afirma que, durante o tempo em que esteve à frente do MTST, o movimento entregou mais de 15 mil moradias sem a “caneta na mão” e nega que, mesmo com a entidade sendo a mais contemplada com verbas do programa Minha Casa Minha Vida, no governo Lula, seu aliado, isso possa ser considerado uso da máquina pública. “São coisas totalmente diferentes você ter recurso público de moradia para construir moradia e você usar a máquina pública para fazer política eleitoral”, afirma.

Confira abaixo os principais assuntos da sabatina e a íntegra da entrevista no canal do Metrópoles no YouTube:

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