Bolsonaro chega a hospital para fazer exames após crises de soluços e falta de ar

Quadro clínico é atribuído a uma esofagite provocada pelo procedimento realizado no abdômen em abril



O GLOBO

O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou ao hospital DF Star, em Brasília, na manhã deste sábado, para realizar exames. O ex-mandatário está preso preventivamente desde a semana passada, em prisão domiciliar, e sua ida à unidade de saúde foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os advogados de Bolsonaro informaram ao STF que seu médico solicitou a realização de nove procedimentos, incluindo coleta de sangue e urina, endoscopia e ultrassonografia de próstata. A duração prevista é de seis a oito horas para que os exames sejam realizados.

"A solicitação decorre do seguimento de tratamento medicamentoso em curso, da necessidade de reavaliação dos sintomas de refluxo e soluços refratários, bem como da verificação das condições atuais de saúde", afirma a defesa do ex-presidente.

Bolsonaro está em prisão domiciliar, por decisão de Moraes. O ministro considerou que houve "reiterado descumprimento de medidas cautelares". Uma das obrigações que tinha sido imposta pelo ministro, em decisão anterior, era a de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.

Segundo aliados e familiares que estiveram com ele nos últimos dias, o ex-chefe do Palácio do Planalto voltou a apresentar crises de soluços e episódios de dispneia (falta de ar) nos últimos dias. O quadro clínico é atribuído a uma esofagite provocada pelo procedimento realizado no abdômen, em abril.

De acordo com um dos médicos que acompanha a saúde de Bolsonaro, ele apresentou dificuldades para completar frases na última quarta-feira por causa da falta de ar. Segundo o filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a situação de saúde do pai apresentou piora nos últimos dias.

— Estive com ele na quarta, quando estava com soluço e dificuldades na fala. A frequência dessas crises, que aumentou depois da prisão domiciliar, fez com que os médicos pedissem uma nova bateria de exames clínicos. Por isso, o pedido para exames partiu do próprio corpo médico que o acompanha — afirmou.

Nos últimos dias, ele recebeu visistas de aliados, como os deputados Junio Amaral, Luciano Zucco e Marcelo Moraes, além do empresário Renato Araújo e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão.

Apesar dos contratempos em relação à saúde, os relatos são de melhora em relação ao humor do ex-presidente. Na semana anterior, Bolsonaro e apresentou oscilações de temperamento e aliado contaram que ele chegou a chorar ao comentar a impossibilidade de manter contato com o seu filho 03, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde fevereiro. Alvo de uma investigação da Polícia Federal, Eduardo está proibido de falar com o pai, por também ser investigado. O parlamentar tem afirmado que não pretende voltar ao Brasil por receio de ter seu passaporte apreendido.

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