- Pela Redação
- 29/05/2023
Correio Braziliense
O bilionário Elon Musk foi criticado por uma fala feita no comício do partido de extrema direita da Alemanha (AfD) no sábado (25/1). Na ocasião, ele disse que os alemães deveriam deixar de lado o excesso de "culpa pelo passado, pelos pecados de seus bisavós".
Por meio de videochamada transmitida em um telão, Musk afirmou que é importante que "as pessoas na Alemanha tenham orgulho de serem alemãs". Ao mesmo tempo em que ocorria o comício, milhares de alemães saíram às ruas para protestar contra a AfD e a ascensão da extrema direita na Europa.
O discurso sobre culpa é típico da militância do partido e ganha ressonância extra na Alemanha, que carrega o saldo histórico do regime nazista na Segunda Guerra Mundial. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, criticou a fala de Musk, feita às vésperas dos 80 anos da liberação de Auschwitz, comemorados nesta segunda-feira (27/1). A fala do bilionário era "familiar e ameaçadora demais", segundo Tusk.
O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, comentou na publicação do colega: "Eu só posso concordar". Na semana passada, em um evento dedicado à memória do ocorrido no campo de concentração, Scholz declarou que o holocausto é uma "responsabilidade permanente" da Alemanha. Para ele, é um dever de cada alemão se lembrar o que houve no país durante o regime de Hitler, independente da história familiar ou religião. "Não devemos nem aceitaremos qualquer relativização", reforçou.
"Recordar e reconhecer o passado sombrio do país e do seu povo deve ser o foco da formação da sociedade alemã. Não fazer isso é um insulto às vítimas do nacional-socialismo e um perigo claro para o futuro democrático da Alemanha", afirmou Dani Dayan, presidente do Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém.
O embaixador alemão em Israel, Steffen Seibert, também teceu críticas ao bilionário. "Elon Musk parece não conhecer bem o nosso país", alegou.
0 Comentários
Faça um comentário