- Pela Redação
- 29/05/2023
Redação com assessoria
A deputada estadual Janaina Riva (MDB) voltou a cobrar transparência e execução do orçamento destinado às políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher em Mato Grosso. Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (26.08) sobre a proposta apresentada pela deputada Edna Sampaio para instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o intuito de apurar os altos índices de feminicídios de Mato Grosso, ela externou sua preocupação os baixos investimentos para conter a violência contra mulher. Segundo ela, os R$ 500 mil previstos no orçamento de 2024 para essa finalidade não foram aplicados e acabaram sendo remanejados pelo governo estadual.
“Estamos falando de um valor já insuficiente diante da gravidade do problema, e que sequer foi utilizado. Isso é um desrespeito com mais de 52% da população mato-grossense, que são mulheres. Queremos justiça, queremos orçamento para mulheres. Esta CPI é importante para que tenhamos mais clareza com relação a como o Estado, no sentido mais amplo da palavra, está defendendo suas mulheres e trabalhando para que não sejam mortas”, afirmou a parlamentar que esteve ao lado das deputadas Sheila Klener (PSDB) e Edna Sampaio (PT) durante coletiva à imprensa.
A parlamentar também questionou a destinação de R$ 80 milhões que, segundo ela, deveriam estar direcionados a atendimentos psicológicos e psiquiátricos voltados às vítimas de violência doméstica. “Precisamos saber se esse dinheiro realmente chegou às comunidades, às famílias mais vulneráveis, onde ele poderia fazer diferença no combate à violência doméstica e ao feminicídio. Não adianta anunciar investimentos em outras áreas sem dizer de forma clara o que está sendo feito para evitar que mais mulheres morram ou sofram violência em Mato Grosso”, destacou.
Orçamento Mulher e CPI da Violência contra a Mulher
Janaina lembrou que o deputado Carlos Avallone criou o chamado Orçamento Mulher, ferramenta que permitiria rastrear os investimentos destinados às políticas de proteção feminina. No entanto, segundo ela, o sistema também não vem sendo alimentado pelo Executivo.
A deputada defendeu ainda que as recomendações feitas pela Frente Parlamentar de Combate à Violência contra a Mulher, concluída em 2023, sejam incorporadas ao orçamento estadual. Ela acredita que a abertura de uma nova CPI pode ser fundamental para investigar o déficit de recursos nessa área e dar respostas concretas à sociedade.
“Com o poder de uma CPI, vamos conseguir identificar para onde está indo o dinheiro que deveria proteger mulheres, famílias e crianças. Talvez o receio do governo seja justamente esse: expor que os recursos que deveriam salvar vidas estão sendo utilizados para outras finalidades”, disse.
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