Vereador Paulo Henrique é preso por suspeita de lavagem de dinheiro

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Danilo Figueiredo

O vereador por Cuiabá, Paulo Henrique (MDB), foi preso na manhã desta sexta-feira (20) pelos agentes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-MT) durante a Operação Pubblicare, que investiga o envolvimento de agentes públicos com integrantes da facção criminosa Comando Vermelho por lavagem de dinheiro, através de realização de shows e eventos em casas noturnas de Cuiabá.

Paulo Henrique é candidato à reeleição a uma das 27 cadeiras na Câmara Municipal de Cuiabá e, atualmente, está sendo investigado pelo Conselho de Ética do parlamento cuiabano por suposto envolvimento com facção criminosa, no mesmo esquema criminoso, em decorrência da Operação Ragnatela.

De acordo com a FICCO, essa fase da operação objetiva combater a atuação de alguns integrantes organização, composta por servidores públicos.

No total, 15 medidas cautelares estão sendo cumpridas, entre elas, uma prisão preventiva, 7 busca e apreensão, sequestro de 6 veículos, um imóvel e o bloqueio de contas bancárias. 

A operação Pubblicare decorre do desmembramento da operação Ragnatela, deflagrada em junho, quando a FICCO/MT desarticulou um grupo criminoso que teriam adquirido uma casa noturna em Cuiabá pelo valor de R$ 800 mil. A compra foi paga em espécie, com o lucro auferido de atividades ilícitas. Desde então, os suspeitos passaram a realizar shows de MCs nacionalmente conhecidos, custeados pela facção criminosa e promoters.

A equipe da FICCO identificou que os criminosos contavam com o apoio de agentes públicos, responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária. As investigações também apontam que um parlamentar atuava em benefício do grupo na interlocução com os agentes públicos, recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros.

Na época, segundo as investigações, o parlamentar receberia benefícios financeiros do grupo. Rodrigo de Souza Leal, que exerceu o cargo de coordenador do cerimonial da Câmara de Cuiabá, tendo prisão preventiva decretada por envolvimento no esquema, seria indicação de Paulo Henrique. Ele assumiu o cargo em 2023, recebendo salário mensal de R$ 5 mil.

O vereador chegou a ser alvo de busca e apreensão. Ele teve o celular apreendido, bem como um veículo. Na época, ele foi apontado como interlocutor entre a facção criminosa e agentes públicos.

Aos investigados são imputados os crimes de corrupção passiva/ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, juntamente com membros da facção, indiciados durante a operação Ragnatela.

FICCO-MT

A FICCO-MT é uma força integrada, composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar, tendo por objetivo realizar uma atuação conjunta e integrada no combate ao crime organizado no Estado do Mato Grosso.

Nome da operação

A operação Pubblicare, termo em italiano, faz alusão à atividade do agente público que, ao invés de atuar em prol da população, focava em interesses escusos da facção criminosa.

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