Vereador Pablo Pereira é preso em esquema milionário no DAE-VG

R$ 11 MILHÕES



Danilo Figueiredo

O vereador por Várzea Grande, Pablo Pereira (União Brasil), candidato à reeleição, foi preso durante a Operação Gota d'Água, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), da Polícia Civil de Mato Grosso, na manhã desta sexta-feira (20). O gabinete do vereador foi alvo de buscas e apreensões.

Pablo Pereira foi um dos nomes cotados para ser indicado a vice na chapa do atual prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), que concorre à reeleição nas eleições deste ano.

Outro alvo da operação é o diretor comercial do DAE-VG, Alessandro Macaúbas Leite de Campos, que foi afastado do cargo, além de sofrer buscas e apreensões.

A operação tem por objetivo desarticular uma organização criminosa, instalada na Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto do município de Várzea Grande (DAE-VG).

Ao todo, serão cumpridos na operação 123 mandados judiciais, expedidos pelo Juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), entre prisões preventivas, busca e apreensão, suspensão de função pública, sequestro de bens e bloqueio de valores e medidas cautelares diversas.

Também foram determinadas cinco medidas cautelares diversas contra 11 investigados (dentre os quais, sete são servidores da Diretoria Comercial do DAE e um é ex-servidor do mesmo setor). As principais são: proibição de manterem contato entre si e com os demais investigados; acessar os prédios e dependências do DAE e de manterem contato e se aproximarem das testemunhas.

A principal medida é a determinação de intervenção imediata na diretoria comercial do DAE, com o objetivo de restabelecer a prestação regular e efetiva do serviço público de abastecimento de água e esgoto, que foi cooptado pelo grupo criminoso.

Segundo as investigações, foi identificada a cobrança de valores, por servidores públicos, para a execução de serviços que eram devidos pelo DAE aos consumidores. Auditorias ainda revelaram prejuízos para a autarquia em razão da exclusão ilegal de débitos e também em razão de diminuição indevida de valores de faturas, tudo mediante recebimento de dinheiro por servidores.

Em relação apenas às duas últimas espécies de fraudes, a estimativa é que desde 2019 até os dias atuais, a autarquia tenha sofrido um prejuízo de aproximadamente R$ 11,3 milhões.

Foi determinado também o sequestro de 6 imóveis e 26 veículos, além do bloqueio de valores das contas dos 22 investigados no valor do prejuízo estimado. Outra providência determinada pelo Nipo foi a realização de auditoria em todas as modificações de valores de contas de água que foram feitas pela Diretoria Comercial do DAE-VG, desde 2019.

A pedido da Polícia Civil, a Justiça também proibiu tanto o Poder Executivo de Várzea Grande quanto o Poder Legislativo do município de nomear ou contratar qualquer um dos investigados para exercer cargos na administração municipal.

A operação representa um duro golpe contra a corrupção na autarquia de Várzea Grande, podendo até mesmo provocar implicações significativas nas eleições municipais da cidade industrial.

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