He-Man: Quando a Melodia Vence o Temporal

Por Andrea Maria zattar



Redação 

Por que “O Retorno de Dree Elle” ainda emociona adultos?

 

Nos anos 80, uma geração inteira cresceu ouvindo “Eu tenho a força!”, ecoando das aventuras de He-Man e os Defensores do Universo.

 

Entre tantos episódios, um deles ficou para sempre na memória: “O Retorno de Dree Elle. Uma história em que o bem vence o mal e a tempestade se desfaz ao som de uma simples melodia.

 

Encontro inesperado

 

Gorpo (Orko) reencontra Dree Elle, dois personagens pequenos e tímidos, que ninguém imaginaria ver no centro da narrativa. Mas é justamente deles que nasce a canção capaz de desfazer a maldição do Chifre do Mal, roubado por Clawful e Trap Jaw.

 

Enquanto Eternia mergulha em trevas com céu escuro, relâmpagos e medo por toda parte, são os pequenos personagens que elevam a voz. A melodia que entoam é simples, mas muda toda a atmosfera.

 

O episódio se sustenta sobre três elementos invisíveis que atravessam toda a narrativa medo, coragem e esperança.

 

Clima de transformação

 

O céu escurece, relâmpagos cortam o horizonte e o medo parece ocupar todos os cantos.

A luz não vem de espadas erguidas ou explosões, vem das vozes frágeis que cantam sobre luz após a sombra, coragem depois do pavor e equilíbrio depois do caos.

 

Uma melodia infantil, entoada com amor, espanta o temporal.

 

O encanto da história não está nas batalhas épicas, mas na transformação silenciosa que toma conta de Eternia.

 

O céu escurece por completo, os relâmpagos atravessam o horizonte e o medo invade todo o ambiente. A luz ressurge de maneira extraordinária: não nasce da força bruta, mas da força do pensamento, da voz dos pequenos personagens que cantam sobre a luz que vem depois da sombra.

 

 

 

 

A essência da harmonia

 

Os versos falam de harmonia como segredo da alegria e lembram que nenhuma tormenta, externa ou interna, cede à força bruta.

 

Elas cedem à força do pensamento, do afeto, do equilíbrio que nasce por dentro.

 

O episódio guarda uma mensagem silenciosa, como um recado para o futuro:

quando existe harmonia, tudo pode se reorganizar, por mais escuro que o cenário pareça.

 

Na infância, a harmonia chega em forma de música.

 

Na vida adulta, ela se transforma em sobrevivência, acionada pelos pensamentos, pela fé, pelas preces e orações.

 

 

É quando a mente desacelera, o coração se acalma e conseguimos nos reencontrar por dentro que o temporal começa a perder força.

 

 

 

 

Às vezes, 'espantar o temporal' está na melodia; outras, no silêncio tão desejado.

 

 

 

Força interior

 

He-Man nunca venceu apenas com a espada.

 

No universo da série, a espada é apenas o símbolo visível de uma força que não se enxerga.

 

A força do personagem está alinhada ao pensamento.

 

Sua arma real estava no grito antes de cada batalha:“Eu tenho a força!”.

Mais do que um brado heroico, era uma afirmação de autoconfiança que atravessou gerações.

 

Era menos sobre a espada e mais sobre acreditar.

Menos sobre poder físico e mais sobre força interior.

 

Reflexão

 

“O Retorno de Dree Elle” segue atual porque nos convida a olhar para dentro e reencontrar a melodia capaz de espantar nossos próprios temporais.

 

Não é raro que adultos, ainda hoje, entoem trechos daquela canção:

 

“O bem vence o mal…

espanta o temporal…

azul, amarelo — tudo é muito belo.”

 

O bem vence o mal não por existir uma magia perfeita lá fora, mas porque a força verdadeira nasce dentro de cada um de nós, exatamente no ponto em que harmonia e coragem se encontram para transformar o impossível em recomeço.

 

Andrea Maria Zattar, advogada trabalhista, previdenciarista, membro da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica – ABMCJ; membro efetivo da Comissão de Direito do Trabalho da OAB/MT, articulista e ativista em causas sociais.

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