- Pela Redação
- 29/05/2023
Redação
Por que “O Retorno de Dree Elle” ainda emociona adultos?
Nos anos 80, uma geração inteira cresceu ouvindo “Eu tenho a força!”, ecoando das aventuras de He-Man e os Defensores do Universo.
Entre tantos episódios, um deles ficou para sempre na memória: “O Retorno de Dree Elle. Uma história em que o bem vence o mal e a tempestade se desfaz ao som de uma simples melodia.
Encontro inesperado
Gorpo (Orko) reencontra Dree Elle, dois personagens pequenos e tímidos, que ninguém imaginaria ver no centro da narrativa. Mas é justamente deles que nasce a canção capaz de desfazer a maldição do Chifre do Mal, roubado por Clawful e Trap Jaw.
Enquanto Eternia mergulha em trevas com céu escuro, relâmpagos e medo por toda parte, são os pequenos personagens que elevam a voz. A melodia que entoam é simples, mas muda toda a atmosfera.
O episódio se sustenta sobre três elementos invisíveis que atravessam toda a narrativa medo, coragem e esperança.
Clima de transformação
O céu escurece, relâmpagos cortam o horizonte e o medo parece ocupar todos os cantos.
A luz não vem de espadas erguidas ou explosões, vem das vozes frágeis que cantam sobre luz após a sombra, coragem depois do pavor e equilíbrio depois do caos.
Uma melodia infantil, entoada com amor, espanta o temporal.
O encanto da história não está nas batalhas épicas, mas na transformação silenciosa que toma conta de Eternia.
O céu escurece por completo, os relâmpagos atravessam o horizonte e o medo invade todo o ambiente. A luz ressurge de maneira extraordinária: não nasce da força bruta, mas da força do pensamento, da voz dos pequenos personagens que cantam sobre a luz que vem depois da sombra.
A essência da harmonia
Os versos falam de harmonia como segredo da alegria e lembram que nenhuma tormenta, externa ou interna, cede à força bruta.
Elas cedem à força do pensamento, do afeto, do equilíbrio que nasce por dentro.
O episódio guarda uma mensagem silenciosa, como um recado para o futuro:
quando existe harmonia, tudo pode se reorganizar, por mais escuro que o cenário pareça.
Na infância, a harmonia chega em forma de música.
Na vida adulta, ela se transforma em sobrevivência, acionada pelos pensamentos, pela fé, pelas preces e orações.
É quando a mente desacelera, o coração se acalma e conseguimos nos reencontrar por dentro que o temporal começa a perder força.
Às vezes, 'espantar o temporal' está na melodia; outras, no silêncio tão desejado.
Força interior
He-Man nunca venceu apenas com a espada.
No universo da série, a espada é apenas o símbolo visível de uma força que não se enxerga.
A força do personagem está alinhada ao pensamento.
Sua arma real estava no grito antes de cada batalha:“Eu tenho a força!”.
Mais do que um brado heroico, era uma afirmação de autoconfiança que atravessou gerações.
Era menos sobre a espada e mais sobre acreditar.
Menos sobre poder físico e mais sobre força interior.
Reflexão
“O Retorno de Dree Elle” segue atual porque nos convida a olhar para dentro e reencontrar a melodia capaz de espantar nossos próprios temporais.
Não é raro que adultos, ainda hoje, entoem trechos daquela canção:
“O bem vence o mal…
espanta o temporal…
azul, amarelo — tudo é muito belo.”
O bem vence o mal não por existir uma magia perfeita lá fora, mas porque a força verdadeira nasce dentro de cada um de nós, exatamente no ponto em que harmonia e coragem se encontram para transformar o impossível em recomeço.
Andrea Maria Zattar, advogada trabalhista, previdenciarista, membro da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica – ABMCJ; membro efetivo da Comissão de Direito do Trabalho da OAB/MT, articulista e ativista em causas sociais.
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