A  Dama de Ferro de Mato Grosso

SUELME EVANGELISTA



Suelme Evangelista

Acompanho Virgínia Mendes politicamente desde 2008 quando apareceu na mídia como esposa de Mauro Mendes. Lá se vão 16 anos observando sua jornada na vida pessoal e política.

Da mulher tímida, retraída do começo que tinha ojeriza a política e de conviver nas rodas dos “caciques” dos partidos a primeira-dama foi tornando-se mais falante, carismática posturada e empoderada, muita coisa mudou para melhor em sua vida.

Os inúmeros enfrentamentos de saúde desde seu transplante de rim até os dias atuais foi trazendo-lhe resiliência, força e defesa de suas convicções e causas sociais.

Como Virgínia Mendes tem uma rede social altamente engajada e poderosa a cada batalha vencida, suas vitórias pessoais foram servindo de inspiração para outras mulheres e esposas participarem como protagonistas do poder e da vida de seus maridos, principalmente de outras primeiras-damas dos municípios.

Exemplo de mãe, mulher, empreendedora e política, sua agenda ficou muito poderosa e disputada “á tapa” no mundo social, mas notadamente político.

O universo político, marcado pelo machismo estrutural, inicialmente tentou rechaçar e caçoar do seu protagonismo feminino nos espaços de poder, achavam que era apenas uma encenação.

E com o passar dos tempos, os políticos em geral foram aprendendo a respeitar a parceria fechada do casal Virginia e Mauro Mendes e a ouvir atentamente a opinião de sua esposa.

Os mais machistas engolem a seco seu protagonismo político, balbuciando baixinho expressões como “melhor não mexer com a mulher do governador que ela é uma onça”.

Houve vários momentos importantes da história política de Mato Grosso em que o próprio Mauro Mendes deixou muito claro que sua decisão passava exclusivamente pela Virgínia Mendes.

Foi assim na decisão da sua candidatura para prefeito de Cuiabá em 2008, para governador em 2010, para prefeito novamente em 2012, na desistência da reeleição de 2016 e depois novamente para governador em 2018 e 2022.

Em todos esses acontecimentos, lá estava sentada ao lado de Mauro Mendes, Virginia Mendes e de mãos dadas formando um casal de fato.

Essa forma de tomar decisões na política é muito diferente do convencional nos círculos dos homens poderosos que quase sempre apartavam suas esposas desde momentos decisórios, as vezes as esposas apareciam apenas na foto final do anúncio oficial.

E é óbvio que nesses tempos em que a família está no centro das questões morais mais importantes da política brasileira, essa característica peculiar do casal só fortaleceu a imagem e aprovação do próprio governador e de seu governo. Virgínia com certeza é um grande ativo na avaliação positiva desse governo.

Na cultura política, as mulheres que ousam transitar nesses territórios de poder são focos de ataques cruéis pelos homens.

Em regra, primeiras-damas são muito elogiadas quando praticam ações sociais e de caridade, mas muito criticadas quando se posicionam politicamente.

É desafiador esse lugar para qualquer mulher e principalmente para Virgínia Mendes que divide o seu espaço da política com sua família, filhos e marido e com a gestão das suas empresas em meio a inúmeros cuidados médicos.

A presença de Virgínia nas reuniões decisórias de “homens poderosos” nunca foi apenas figurativa e sempre teve uma participação proativa, tanto expressando opiniões, quanto fazendo análises estratégicas, e, sobretudo, cobrando lealdade nos acordos, coisa muito cara e rara na política.

Virgínia é conhecida por todos pela franqueza e coragem com que cobra coerência dos aliados, tendo enfrentado homens poderosos e grandes coronéis da política sem pestanejar.

Imagina o impacto dessa postura nas rodas de decisões, onde nem sempre as estratégias são anunciadas abertamente e tudo é um jogo de traição e fogo amigo?

Esse posicionamento já ajudou por muitas vezes a proteger Mauro Mendes de muitas “arapucas” da vida política.

Em política, é costume usar o ditado popular “só quem influencia cabeça de governador é Deus”, mas em Mato Grosso, podemos afirmar que com Virgínia Mendes essa regra é diferente, pois além de Deus, a esposa e a família de Mauro Mendes também influenciam.

Juntos, o casal Mendes, tem escrito uma nova história das relações afetivas entre maridos e mulheres no poder, lugar onde verdadeiramente a esposa não é apenas a sombra de um grande homem, como diz o ditado, e sim, aquela que caminha lado a lado e de mãos dadas.

E por incrível que pareça o que deveria ser normal, incomoda muita gente.

Apesar de VM como é chamada, ser implacável na política ela não se brutalizou, pelo contrário, manteve sua enorme sensibilidade se tornando o coração da área social do governo Mauro Mendes e a pasta que acompanha no governo SETASC ganhou um tamanho inimaginável em investimentos e políticas públicas.

Analisando os últimos 14 anos de investimentos governamentais na Assistência Social e tomando como base o orçamento de 2023, Mauro Mendes e Virgínia Mendes foram os gestores que mais investiram na área social, 3,2 vezes mais que a média de investimento dos dois últimos governos.

Tais características de fortaleza no enfrentamento de seus problemas de saúde e da sua força política decisória, rendeu-lhe nos bastidores o título de A Dama de Ferro de Mato Grosso. Uma referência ao apelido da ex primeira-ministra da Inglaterra, Margareth Thatcher que restaurou as finanças daquele país.

Suelme Evangelista é presidente da Empaer

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