Atriz de 'Malhação', Renata Sayuri afirma que foi estuprada: 'Tive que fazer um aborto'

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Terra

A atriz Renata Sayuri, de 44 anos, afirmou no último sábado, 19, que foi vítima de violência sexual quando tinha apenas 23 anos. Ela, que ficou conhecida por seus trabalhos em Malhação e Sítio do Picapau Amarelo (Globo), contou que o episódio a marcou de forma física e emocional. 

Conforme relatado pela atriz, na época, ela engravidou de seu abusador e — por motivos pessoais — optou por fazer um aborto. Impactada pela violência, acabou sendo internada em uma unidade que chamou de “sanatório”. Segundo Renata, a agressão que sofreu contribuiu diretamente para o desenvolvimento de um transtorno do espectro da bipolaridade.

“Eu fui violentada e tive que fazer um aborto três meses depois. Seis meses depois [do abuso], eu estava em um 'sanatório' e fui diagnosticada. Ninguém me perguntou o que havia acontecido. Passei mais de 10 anos com esse luto. Fiquei calada até hoje sobre o que aconteceu. Diversas vezes, dentro das minhas crises em que ocorre a neurose e a paranoia, já briguei com homens no meio da rua. Por quê? Porque a minha mente vai para aquele lugar de 20 anos atrás. A minha mente ficou buscando como fui entorpecida e drogada. Tenho apagões e não lembro de detalhes. Isso faz a minha mente entrar em pane. Faz buscar explicações que nunca vão existir, para desvendar o que falta na história.”

O abuso, segundo Sayuri, ocorreu durante uma confraternização da empresa onde trabalhava. Ela não citou nomes, mas fãs especularam que se tratava da Globo. Na hora de ir embora, ela aceitou a carona de um colega, pois já estava se sentindo mal.

“O rapaz me ofereceu carona, morava perto do local, e ele mudou o caminho. Já saí do local [da festa] dopada. Não sei de que forma isso aconteceu. Havia bebidas na festa, e eu bebi. Na época, eu bebia bem pouco. Depois que isso aconteceu, eu fiquei bem adulta na bebida. Aos 23, eu bebia pouquíssimo. Não sei, até hoje, qual foi a droga colocada. Fiquei enlouquecida por quase três dias.”


Renata Sayuri, atriz | Foto: Crédito: Danilo Apoena

Quando recobrou plenamente os sentidos, Renata ficou constrangida em denunciar devido à hierarquia da empresa em que trabalhava. “Não processei, nem denunciei, nem me pronunciei a respeito. Tinha 23 anos e ainda era contratada por uma empresa. Foi muito confuso entender como havia acontecido. Havia uma hierarquia de pessoas, uma empresa com poder imenso.”

Semanas depois, ao descobrir que estava grávida, ela enfrentou outro dilema pessoal.“Nessas horas, o que você faz? Você toma uma atitude sem consultar o estuprador ou consulta toda a cúpula? Eu não teria poder aquisitivo para advogados [se quisesse denunciar] e teria que esperar as definições da cúpula. Se esperasse, estaria gestando, não teria a opção [do aborto].”

Durante o longo desabafo, Renata Sayuri também relatou que, por causa da violência, foi internada duas vezes para tratar questões de saúde mental. Em um dos períodos, passou a ser medicada e pensou diversas vezes em tirar a própria vida. Em outro, percebeu que havia se tornado dependente de medicamentos para depressão. Hoje, ela afirma lidar melhor com tudo isso.

Importante:

Se você se sente mal e precisa de ajuda, entre em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que promove apoio emocional e prevenção ao suicídio. O telefone do CVV é 188. Caso presencie um caso de emergência médica, entre em contato com o Corpo de Bombeiros (193) ou com o Samu (192).

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