- Pela Redação
- 29/05/2023
Redação do rufandobombonews
A Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat), atualmente em processo de liquidação, determinou o afastamento imediato de oito servidores e a suspensão de pagamentos a três empresas contratadas, em cumprimento a decisões judiciais decorrentes da Operação Poço Sem Fundo, deflagrada pela Polícia Civil na última quinta-feira (8).
A operação investiga um esquema de fraudes em contratos de perfuração de poços artesianos, com prejuízo estimado em R$ 22 milhões aos cofres públicos de Mato Grosso. As irregularidades foram apontadas por auditorias da Controladoria Geral do Estado (CGE), após denúncia do próprio Governo Estadual.
De acordo com a Portaria nº 050/2025, assinada pelo liquidante da Metamat, Rodrigo Ribeiro Verão, foram afastados os servidores Jeferson Wagner Ramos, Francisco Holanildo Silva Lima, Wilce Aquino de Figueiredo, Gustavo Sampaio de Siqueira, Matheus Del Negro Oliveira, Izaías Mamoré de Souza, Ismael Martinho de Souza Ramos e Monadia Escobar Alencar. Eles estão proibidos de acessar instalações, sistemas e canais de comunicação da companhia.
A Metamat também determinou a suspensão de todos os pagamentos previstos ou empenhados para as empresas Tecnopoços Poços Artesianos Ltda – ME, JM Poços Artesianos e Transportes Ltda e Uniko Engenharia Ltda, todas investigadas por envolvimento no esquema.
A Operação Poço Sem Fundo cumpriu 226 ordens judiciais em Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra, incluindo mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias. Entre os alvos estão 16 servidores ou ex-servidores públicos e oito empresários.
As investigações apontam que, entre 2020 e 2023, diversos contratos de construção de poços artesianos destinados a comunidades rurais foram fraudados. Foram identificadas obras inexistentes, mal executadas ou realizadas em locais inadequados, como propriedades privadas e áreas urbanas.
A Justiça também determinou o afastamento de servidores da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), proibição de contato entre investigados, recolhimento de passaportes e impedimento de acesso às dependências das instituições públicas. Os envolvidos estão proibidos de ocupar cargos na administração pública estadual.
Entre os alvos da operação estão o ex-presidente da Metamat, Juliano Jorge, e o ex-deputado estadual Wagner Ramos. O nome da operação faz referência à expressão popular “buraco sem fundo”, numa alusão ao desvio de recursos públicos que seriam destinados à perfuração de poços.
As investigações seguem em andamento para apurar com precisão o prejuízo de cada contrato e identificar eventuais casos de direcionamento nas contratações.
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