Zambelli é internada em hospital e não participa de audiência do STF

PEDIU DISPENSA



Metrópoles

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu dispensa de audiência de instrução, realizada pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, após sentir mal-estar, nesta quinta-feira (26/9). A parlamentar acompanharia os depoimentos no caso em que ela e o hacker Walter Delgatti são investigados por suposta invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Eles também são suspeitos de falsidade ideológica.

Por meio de nota, a deputada informou que não estará presente, pois nos últimos dias fez testes de Looper a fim de diagnosticar uma arritmia, e na última madrugada teve um mal-estar. Ela foi internada na rede intensiva coronária do Hospital do Coração, em São Paulo, sem previsão de alta.

Na última audiência de instrução do caso, realizada na segunda-feira (23/9), Zambelli participou ao lados dos advogados. Ela não prestou depoimento, mas estava on-line em todos. O advogado Daniel Bialski a representa. O servidor do CNJ, Rosfran Lins Borges, será a primeira testemunha ouvida nesta quinta (26/9).

Walter Delgatti está on-line na sala para audiência. Como ele está preso, logo no início, foi solicitado que as algemas fossem retiradas enquanto ele aguarda para prestar esclarecimentos. O juiz auxiliar de Alexandre de Moraes, Rafael Henrique, que conduz as oitivas, cedeu ao pedido.

Informações

Na última audiência, quatro pessoas foram ouvidas no âmbito da AP nº 2428. Cristiane de Brum Nunes Marim, coordenadora da campanha de Zambelli em 2022, foi a primeira a prestar depoimento. Ela abriu a audiência com a informação de que era amiga pessoal, íntima, de Carla Zambelli desde 2018, mas que só prestou serviços a ela em 2022. Advogada, Marim ressaltou ter encontrado com Delgatti uma vez em um hotel em Ribeirão Preto.

Cristiane acrescentou que, à época, Zambelli não conhecia o hacker e foi interpelada por ele com o pedido de tirar uma foto. Ele se identificou como o homem que invadiu o telefone do ex-juiz e senador Sergio Moro. “Senti que estava se gabando um pouco, só uma impressão minha”, afirmou a testemunha.

Em seguida, Delgatti enviou a ela uma proposta para fazer integração das redes sociais de Zambelli com o site e com outros candidatos. “Delgatti foi contratado porque ele informou a deputada, pediu uma oportunidade a ela, pois estava desempregado. Contratei ele porque tinha excelência no que fazia”, relatou ela, durante a audiência.

O segundo a falar foi Jean Hernani Guimarães Vilela, ex-assessor de Carla Zambelli. Ele era o gestor das redes de Zambelli e de outros 12 candidatos, em 2022. Afirmou ter conseguido o contato de Walter Delgatti, entrado em contato com ele para trabalhar na produção do site. Disse que o contratou após mandar o nome do hacker para Zambelli e ela devolver proposta financeira, em papel timbrado para a contratação de Delgatti.

Questionado se não havia pesquisado quem era Delgatti, o radialista Jean Vilela afirmou que “não costuma pedir ficha criminal de quem contrata”. Um dos advogados presentes na oitiva ressaltou que “não é ficha criminal, era ler notícia”.

Renan Cesar Silva Goulart, que trabalhou com o irmão de Carla Zambelli e deputado estadual Bruno Zambelli afirmou que fazia apenas serviços de Uber para Zambelli. Segundo ele, a deputada se encontrou com o hacker em algumas ocasiões, mas ele só falava que fazia um site para ela. Ele também vendia garrafas de whisky Blue Label, relatou a testemunha.

Luan Rocha Brito, vendedor de automóveis, disse ter conhecido Renan por meio de um amigo, para comprar um carro. Ele relatou ter comprado ainda oito garrafas de Blue Label de Renan. Efetuou pagamento para Renan via pix, mas não recorda em quantas vezes.

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