Lula não vai aos EUA assistir à posse de Donald Trump, dizem diplomatas

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g1

Apesar de ter reconhecido a vitória de Donald Trump antes mesmo da conclusão da apuração, na última quarta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve se apressar para falar diretamente com o novo presidente eleito dos Estados Unidos.

Segundo diplomatas ouvidos, Lula só deve telefonar para Trump daqui a algumas semanas – provavelmente, depois da reunião de cúpula dos países do G20, marcada para o Rio de Janeiro entre os dias 18 e 20 deste mês.

O Brasil é o presidente de turno do G20, que reúne as maiores economias do mundo e representantes da União Europeia e da União Africana.

Lula manda mensagem parabenizando Trump após vitória — Foto: Reprodução/TV Globo
Lula manda mensagem parabenizando Trump após vitória — Foto: Reprodução/TV Globo

O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou que pretende comparecer ao evento. Biden chegou a se pré-candidatar à reeleição, mas foi substituído pela atual vice, Kamala Harris – derrotada por Trump nesta semana.

O telefonema oficial, quando ocorrer, deve seguir a mesma linha das posições oficiais já divulgadas: reforçar a postura de diplomacia pragmática que o Brasil quer manter com os Estados Unidos ao longo do próximo governo.

Lula não estará na posse

Diplomatas também confirmaram à TV Globo que Lula não estará na posse de Trump, que deve acontecer em janeiro de 2025.

O motivo é simples: diferentemente do Brasil, os Estados Unidos não costumam receber chefes de Estado e de governo de outros países nas posses presidenciais.

As nações são representadas pelos diplomatas. No caso brasileiro, a embaixadora é a diplomata Maria Luiza Viotti – que, segundo interlocutores, já vinha mantendo contato com membros do Partido Republicano antes mesmo da vitória de Donald Trump.

Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva em encontro nos EUA — Foto: REUTERS
Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva em encontro nos EUA — Foto: REUTERS

Biden no G20 será 'saída de cena honrosa'

Na avaliação de diplomatas, a vinda de Biden para a Cúpula do G20 e a visita dele à Amazônia, anunciadas pela Casa Branca, terão simbolismo de "uma saída honrosa" do poder.

Esse deverá ser o último grande evento de Biden como presidente dos EUA. E trata-se de uma cúpula importante com a presença de outros líderes mundiais, sobre pautas defendidas pelos democratas.

Além da questão ambiental, um compromisso assinado por Lula e Biden voltado para  a proteção dos direitos trabalhistas também é um importante legado da gestão do líder norte-americano.

De acordo com as fontes da diplomacia, o roteiro no Brasil também é um sinal de contraponto ao futuro governo Trump, na tentativa de diferenciar o governo democrata da gestão que vem pela frente, mesmo que os compromissos firmados por Biden possam ser desfeitos a partir de 20 de janeiro, durante a liderança do republicano.

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