Irmão de brasileiro morto no Líbano chora ao lembrar ataque de Israel

CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO



g1

Mohamed Abdallah, de 16 anos, que sobreviveu a um bombardeiro no Líbano, contou que trabalhava com o pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, e com o irmão Ali Kamal Abdallah, 15 anos, em uma fábrica familiar de produtos de limpeza, no momento do ataque, na cidade de Kelya. O pai e o irmão de Mohamed morreram no local.

O adolescente chegou por volta da meia-noite desta sexta-feira (27) a Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, após deixar o Líbano junto da irmã Yara Abdallah, que é natural do país do Oriente Médio.

Bombardeios israelenses no Líbano se intensificaram nos últimos dias. Só na segunda-feira, quase 500 pessoas morreram e mais de 1.800 mil ficaram feridas nos ataques direcionados ao grupo extremista libanês Hezbollah, financiado pelo Irã e contrário a Israel, no dia mais sangrento desde a guerra do Líbano, em 2006.

Em uma semana de ataques, já são mais de 700 mortos e dezenas de milhares de moradores deixando suas casas e o país.

"Caiu tudo, nem vi mais nada, não consegui mais respirar. Tirei as pedras de mim e fui ver meu pai. [Ele, o pai] estava no chão, morto, e meu irmão... Não conseguia achar meu irmão. Gritava o nome dele, e as pessoas do meu lado, mortas. Eu não achava ele, nem escutei a voz dele", disse.

O pai e o irmão de Mohamed morreram na segunda-feira (23), vítimas de um foguete que atingiu a cidade de Kelya, conforme o Itamaraty. Ali e o irmão Mohamed nasceram em Foz do Iguaçu. O pai deles, Kamal, era libanês com naturalidade paraguaia.

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