- Pela Redação
- 29/05/2023
O Globo
A ex-primeira-dama da Argentina Fabiola Yañez denunciou nesta terça-feira o ex-presidente Alberto Fernández por violência física e assédio. A acusação foi feita remotamente diante do juiz federal Julián Ercolini. Diante da denúncia de Yañez, ele ordenou imediatamente medidas de “restrição” e “proteção” em favor dela, para que os supostos fatos aos quais ela cita não se repetam. As medidas urgentes que foram tomadas incluem a ordem ao ex-presidente para não se aproximar dela. Além disso, Ercolini proibiu Alberto Fernández de sair do país.
Nesta terça-feira ocorreu a segunda audiência de Yañez com a juíza, que a contatou, em junho passado, depois de encontrar nas conversas da ex-secretária particular de Fernández, María Cantero, mensagens de Yañez que apontavam atos de violência física que ela atribuiu ao ex-presidente. Como o La Nacion soube, a história contada a Cantero incluía fotos. Ao encontrar essas mensagens, o juiz contatou a ex-primeira-dama, por meio do advogado Juan Pablo Fioribello – que a havia representado em outros casos – e disse-lhe que queria falar com ela.
Fioribello disse que fez isso e que o primeiro depoimento aconteceu no final de junho. Nessa audiência, Ercolini contou a Yañez o que havia encontrado no contexto do caso do seguro e se colocou à disposição dela para que, se quisesse, relatasse os fatos que contou a Cantero nos chats. Na época, ela disse que não tinha intenção de registrar queixa.
O juiz entendeu então que, como o suposto crime se enquadrava na categoria penal de lesões leves, tratava-se de assunto privado e, portanto, a Justiça só poderia investigá-lo se a vítima denunciasse. Como ela disse que não iria fazer isso, Ercolini arquivou o processo. Mas um arquivamento não é definitivo. A mudança de opinião de Yañez motivará, agora, a abertura de uma investigação criminal, que tramitará separadamente do processo segurador, no qual o ex-presidente é acusado de ter promovido negócios ilegais para corretores às custas do Estado.
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