- Pela Redação
- 29/05/2023
G1
Nos bastidores, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que o destino jurídico dele já está traçado: "entrou condenado, saiu condenado". A aposta é que, diante da força das provas reunidas no inquérito da tentativa de golpe, não há mais caminho para absolvição.
Contudo, há outro objetivo em curso: preparar terreno para um eventual pedido de prisão domiciliar.
É por isso que o tom adotado no depoimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na terça-feira (10) foi mais contido. Nada de ataques diretos ao Supremo, como nos tempos de Planalto. A orientação era clara: demonstrar cooperação e evitar confronto com o Judiciário — o oposto do Bolsonaro presidente.
Ataque à delação de Mauro Cid
Além disso, a fase de interrogatórios no STF revelou uma segunda estratégia: tentar descredibilizar a delação premiada de Mauro Cid. Réus como Braga Netto, por exemplo, usaram os depoimentos para questionar trechos da colaboração, como a história da sacola de vinho com dinheiro que teria sido entregue ao general para repassar a apoiadores acampados.
Esses dois movimentos — tom mais cauteloso de Bolsonaro e foco das defesas na delação de Mauro Cid — mostram que o momento agora é de contenção de danos. O cenário ainda é de expectativa por condenações, mas a estratégia já mira a próxima etapa do processo: a definição das penas.
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